domingo, 19 de maio de 2013

JESUS – A LUZ DO MUNDO

Escrito em 30/09/2012

“De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.” (João 8:12)

Simpatizo muito com o Evangelho escrito por João; parece-me que ele é mais fiel ao traduzir as expressões de Jesus, ao jeito dEle ensinar ao povo; por isso, atinge melhor a sensibilidade da alma.

Jesus gostava de metáforas; através delas, levava às pessoas uma visão mais concreta da Sua missão. Desta vez, utiliza a figura da luz.

Fonte: http://www.ieqcervezao.com.br

No tempo em que Jesus viveu na Terra, a luz era provinda dos astros ou de uma produção ainda bem rudimentar, à base de azeite; a energia era de origem natural, provinha da madeira, com a qual se acendia o fogo, utilizada por exemplo, para assar ou cozinhar os alimentos. A noite era tempo de repouso para os homens. Era perigoso andar no escuro.

Nos tempos atuais, a maioria das pessoas sente mais a necessidade da luz; basta faltar a energia elétrica por algumas horas e muita coisa deixa de funcionar, trazendo transtornos e prejuízos.

Há alguns dias, minha cunhada, sua filha e eu fomos à noite, de Ipatinga-MG para o Vale Verde, distrito de Ipaba-MG, distantes cerca de 20 km. Quando chegamos, estava tudo escuro. Nossas chácaras são em frente uma da outra. Para abrir o portão e guardar o carro, ela precisava de energia  acionada pelo controle remoto. Ofereci nossa garagem, que abre manualmente, mas ela preferiu voltar para Ipatinga, para a casa dos pais dela, considerando as demais necessidades de energia; entrou em casa por um pequeno portão, aberto com chave, contido no da garagem; ainda me arranjou uma lanterna. Eu entrei em casa, tomei banho frio e fui dormir tranquila.

Voltando ao versículo, importa destacar o que Jesus disse a respeito de quem O segue: “não anda nas trevas, mas tem a luz da vida”. O que Ele quis dizer com a expressão “anda nas trevas”?

“Trevas” é símbolo de escuridão espiritual, de pecado. Assim, quem segue a Jesus não anda em pecado, não vive pecando. Ah, então significa que o convertido vira um santo? Também não; não chega a tanto, mas se segue verdadeiramente a Jesus, o Espírito Santo promoverá o novo nascimento e uma transformação do caráter, que o levará a viver de acordo com a Luz que emana de Jesus, ou seja, em conformidade com a vontade de Deus, em perfeita obediência ao Pai, como Ele fazia.

A referência do cristão passa a ser o Santo de Deus, Aquele que veio ao mundo para salvar os homens dos seus pecados e torná-los participantes da Luz divina, receptores e refletores do Sol da Justiça, que é Jesus.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

JESUS – O EU SOU

 Escrito em 01/10/2012

“[...] Porque, se não crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados. [...] Quando levantardes o Filho do Homem, então, sabereis que EU SOU e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou.  [...] Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse EU SOU.” (João 8:24, 28 e 58)

Surgiu uma discussão entre os judeus e Jesus acerca da origem, autoridade e missão de Jesus. Os versículos acima estão neste contexto, que abrange do vers. 21 ao 59 do cap. 8 do Evangelho de João.

Os judeus achavam que Jesus era um impostor, diríamos na nossa gíria mineira: “um João ninguém, metido a fazedor de milagres”. Como eles teoricamente conheciam bem as Escrituras (no caso, o Velho Testamento), Jesus utilizou repetidas vezes a expressão “EU SOU”, que Deus dissera a Moisés para identificar, diante de Faraó, QUEM ordenara a saída dos Hebreus do Egito. 

Na verdade, a expressão “EU SOU” é perfeita do ponto de vista filosófico, para identificar a natureza divina e eterna de Deus, evidenciando o SER de Deus e, por consequência, também de Jesus, Deus homem.

Jesus deixa-lhes claro que dEle dependiam, do EU SOU, para a salvação de seus pecados ou neles morreriam.

Mais à frente na discussão, Jesus alude à Sua morte, quando seria levantado na cruz, como meio de reconhecerem a Sua missão de Salvador.

Então, os judeus disseram a Jesus que Ele tinha demônio, porque não O aceitavam como o Messias prometido e apelaram para a pessoa de Abraão, como sua referência de fé.

Daí Jesus afirma que “Abraão viu o Seu dia e regozijou-se” (vers. 56). Embora não esteja explícito, Ele Se referia ao episódio do sacrifício que Abraão faria de Isaque, a pedido de Deus, que, vendo a fé de Abraão, impediu que o fizesse e proveu um carneiro para o sacrifício. Neste momento, Abraão visualizou o sacrifício que Deus permitiria, no futuro, do Seu próprio Filho Unigênito Jesus.

Fonte: http://2.bp.blogspot.com

Daí, os judeus argumentaram que ele (Jesus) era novo e não poderia ter sido contemporâneo de Abraão. De novo, Jesus Se respalda em Sua origem divina, dizendo: “antes que Abraão existisse, EU SOU”.

Como finalmente eles não creram em nada do que Jesus dizia e achavam que Ele blasfemava, eles apelaram para a força, pegando em pedras para atacá-Lo, mas Ele Se escondeu e saiu do templo.

E nós? Como estamos na nossa fé em Jesus?

Cremos que Ele é o grande Deus “EU SOU”? Ou estamos como os judeus, em conflito com Ele e talvez, até pegando em “pedras” para nEle atirar?

Pode ser que você não esteja pegando em pedras de verdade para atirar em Jesus, mas em pedras de desconsideração, indiferença e desprezo para com a pessoa dEle e Sua missão. Isto é muito perigoso e pode comprometer a sua salvação. Por isto, deixo meu incentivo para que você procure conhecê-Lo melhor e aceitar o Seu sacrifício expiatório. Ele o ama e quer tê-lo entre os salvos. 

terça-feira, 14 de maio de 2013

E VÓS: QUEM DIZEIS QUE EU SOU? - VI

RELAÇÃO ENTRE O PERÍODO DAS SETENTA SEMANAS
 E O PLANO DA REDENÇÃO

“Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.”  (Mateus 16:15 e 16)

Terminamos a postagem anterior confirmando a pessoa de Jesus como o protagonista dos fatos relatados na profecia das Setenta Semanas, mas é importante mostrar a relação existente entre esse período e a execução do Plano da Redenção do homem, que foi o propósito pelo qual Jesus veio à Terra em forma humana, nascendo, crescendo e vivendo como um de nós. Respondamos então à pergunta 4 do nosso estudo:

Fonte: http://2.bp.blogspot.com

4.  Qual a relação entre esse período da profecia das Setenta Semanas e a execução do Plano da Redenção?

O Plano da Redenção é a própria razão de ser das Escrituras Sagradas, recurso utilizado por Deus, mediante pessoas escolhidas e inspiradas pelo Espírito Santo, para transmitir ao mundo a mensagem da salvação do homem. Assim, o Plano da Redenção se desenrola por toda a Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse, em etapas que se sucedem, até atingir o objetivo final, que consiste na reconciliação do homem com Deus, efetivada pela pessoa de Jesus Cristo.

O Plano da Redenção abrange um conjunto enorme de atos e fatos, que se estendem desde a queda do homem, pelo pecado de Adão e Eva, até à criação de um novo céu e uma nova terra, onde Deus habitará com os salvos por toda a aternidade.

Todos esses atos e fatos têm sua importância no conjunto do Plano da Redenção, porém destacamos o ápice deles na morte de Jesus na cruz do Calvário – este ponto foi decisivo na consumação da redenção humana.

Na cruz, Jesus sofre a “prova de fogo”, que garante a vida eterna a todos os que, pela fé, O aceitam como seu Salvador pessoal. Ali acontece a suprema revelação da graça de Deus. Ali é vindicado o caráter de Deus, que Satanás tentou, por todos os meios, denegrir. Ali ocorre a justificação do homem, pelo sangue de Jesus, por Seu sacrifício substitutivo. Ali reside a única e real esperança do homem.

O apóstolo Paulo nos traz em sua carta aos Romanos 3:21-24, um texto esclarecedor sobre o assunto:

“Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.” (grifo nosso)

Considerando que a profecia das Setenta Semanas foi transmitida a Daniel com o propósito de predeterminar os tempos do ministério terrestre de Jesus, que culminaria com a Sua morte, ou seja, o ponto chave da execução do Plano da Redenção, esta profecia guarda estreita relação com a execução do Plano da Redenção.

A profecia representou para Daniel e para o seu povo a confirmação da expectativa dAquele que traria a redenção sobre Israel; e, para nós, que vivemos num tempo posterior à efetivação do sacrifício expiatório de Jesus, a profecia das Setenta Semanas constitui uma garantia da precisão e da consistência da mesma e das promessas de Deus sobre a vinda do Messias Prometido à Terra, para ser o nosso Redentor. 

Resta salientar ainda que, mediante o estudo da profecia das Setenta Semanas, associado com o da profecia das 2.300 Tardes e Manhãs, podemos demonstrar racionalmente a nossa fé em Jesus Cristo e Seu ministério no Santuário Celeste.

Oportunamente abordaremos especificamente a profecia das 2.300 Tardes e Manhãs.

Esperamos que o estudo do tema “E VÓS: QUEM DIZEIS QUE EU SOU?” como um todo, em suas 6 postagens, tenha contribuído para a sustentação racional da fé cristã dos que visitam este blog, de modo que possam amar realmente a Jesus como seu Salvador, com base no verdadeiro conhecimento de Quem Ele é.


sábado, 11 de maio de 2013

E VÓS: QUEM DIZEIS QUE EU SOU? - V

JESUS NO PERÍODO DAS SETENTA SEMANAS

“Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.”  (Mateus 16:15 e 16)

Relembrando mais uma vez o objetivo do nosso estudo, que é dar sustentação racional à fé cristã, veremos hoje como Jesus Se situa no cumprimento do período profético das Setentas Semanas, revelando-Se o protagonista dos eventos, respondendo à pergunta três:

3.   Como Jesus se situa no período das Setenta Semanas? Como se demonstra que o protagonista dos eventos abordados no texto é Jesus?

Vamos tentar responder a essas duas perguntas de forma vinculada. Voltemos ao texto de Daniel 9:

25 – “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Princípe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos.

26 – Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará...

27 – Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares...”.

Nessas passagens aparecem importantes expressões como: “Ungido, príncipe, aliança (ou concerto), cessar sacrifício, oferta de manjares”, que nos remetem a atos e fatos relativos a Jesus, valendo destacar a “firme aliança que ele faria com muitos”.

Algumas denominações religiosas atribuem o vers. 27 acima ao anti-Cristo, porém deixam de observar que a Bíblia não tem um texto sequer que refira ao anti-Cristo firmando concerto; em contrapartida, existem várias passagens mencionando o Filho de Deus, o Ungido (em hebraico=Messias, em grego=Cristo) firmando aliança com os seres humanos, para remissão dos pecados.

A unção de Jesus pelo Espírito Santo marca o início do ministério público de Jesus, o que ocorreu após o Seu batismo, no ano 27 d.C., por João Batista. Ao sair Jesus das águas do rio Jordão, onde foi batizado, o Espírito Santo desce sobre Ele, em forma corpórea de uma pomba e a voz de Deus é ouvida: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”, conforme relatam Mateus 3:13-17, Marcos 1:9-15, Lucas 3:21-23, João 1:31-34, Atos 10:37-38.

Importante frisar a seguinte expressão de João Batista, quando viu Jesus vindo ao seu encontro:

“... Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim. Eu mesmo não o conhecia, mas, a fim de que ele fosse manifestado a Israel, vim, por isso, batizando com água.” (João 1:29-31).

Deve-se lembrar que João Batista veio com a missão de preparar o caminho para Jesus e o reconhecimento dEste como o Filho de Deus foi-lhe revelado pelo Espírito Santo. Desta forma, quando Jesus o procurou, ele tentou dissuadí-Lo, dizendo: 
   
“Eu é preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça.” (Mateus 3:14-15).

Apresentamos abaixo o esquema do período profético das Setenta Semanas, ressaltando-se que Jesus Se manifesta de forma pública e realiza todo o Seu ministério terrestre num curto espaço de tempo, em torno de 3,5 anos, tempo que abrange a primeira metade da última semana da profecia. 
70 semanas (cortadas dos 2.300 anos)
|-------------------------------70 semanas----------------------------------------------|
Dn 9:24-27
7 sem. ->
62 semanas -------------------------------------------------------------------------------->
1 sem.
Ef 5:2
Hb 5:1; 7:27; 8:3-4; 9:9-14; 10:1-2, 5-10; 13: 8-15
Mt 26:17-30
Mc  14:1,12
Lc 22:7-23
Ex 12:1-16; 13:3-10
Lv 23: 4-8
Gl 4:10
Ef 2:11-22
69,5 semanas

69,5 x 7 = 486,5 dias /anos ------------------------------------>    14/15 de abib
486,5 x 365,2422 = 177.690,3303 dias                                                          
177.690,3303 / 29,53059 = 6.017,1615 lunações
0,1615 x 29,53059  = 4,7692 dias
6.017 lunações = 25 ciclos [25 x 235 lun.= 5.875 lun.] + 142 lunações
Mostra-se também que, se começarmos da hora do sacrifício da tarde no Dia da Expiação e avançarmos 69,5 semanas (ou 486,5 dias proféticos ou 486,5 anos solares ou 177.690,3303 dias ou 6.017,1615 lunações ou 6.017 lunações + 4,7692 dias), chegaremos exatamente à noite em que o Cordeiro Pascal foi comido. Isto ajuda a confirmar tipológica e astronomicamente o relacionamento entre Daniel 8:14 e Daniel 9:24-27.

Após Seu batismo no ano 27 d.C, Jesus desenvolveu um trabalho intenso junto ao povo judeu, durante 3,5 anos; ocupou-Se em ensinar sobre o Reino de Deus, curar os enfermos, libertar os endemoninhados cativos de Satanás (Mateus 4:23), sempre evidenciando o Amor de Deus por Suas criaturas e redirecionando a mente humana para a graça, que havia sido ofuscada por tantas regras implementadas pela casta religiosa. Jesus demonstrou, por preceito e exemplo, que é possível viver de acordo com a vontade de Deus, obedecendo à Sua Lei, que é um transcrito do Seu caráter de amor.

Voltando ao texto de Daniel 9, o vers.26 informa que o Ungido seria morto depois das sessenta e duas semanas. De acordo com as informações disponíveis, conforme esquema profético acima, chega-se à metade da última semana, à data da morte de Jesus, no ano 31 d.C., no dia 15 do mês de Abib (Nisã), que era o 1º mês judaico e corresponde a março/abril, justamente na época da Páscoa.

O vers. 27 de Daniel 9 informa sobre a aliança que seria feita por uma semana, o que abrange o período que se estende do Batismo de Jesus até a morte de Estevão, evento este que marca o final da última semana do período profético das Setenta Semanas. O mesmo versículo passa a falar sobre o que ocorreria na metade da última semana da profecia das Setenta Semanas, a saber, “cessar sacrifícios e oferta de manjares”, o que se dá com a morte do Ungido. Os textos mais relevantes acham-se listados no esquema acima, alguns dos quais comentaremos a seguir:

Em Efésios 5:2 Paulo nos exorta a andar em amor como Cristo nos amou e ”se entregou a si mesmo por nós em oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”.

A carta aos Hebreus contém uma riqueza de informações, estabelecendo um paralelo entre o Ministério do Santuário Terrestre do Velho Concerto (onde funcionava um sistema de oferta e sacrifícios) e o Ministério Sacerdotal de Cristo no Santuário Celeste.

Fonte: http://4.bp.blogspot.com

Hebreus enfatiza que o Santuário Celeste é superior ao Terrestre e que este era uma figura e sombra daquele (uma imitação); que os sacrifícios realizados diariamente, ano após ano, no Terrestre, com o sangue de animais, não podiam aperfeiçoar os ofertantes, enquanto o sacrifício de Jesus, realizado uma única vez, tem validade definitiva para a justificação daqueles que O aceitam. Com o Seu sacrifício, o véu do Santuário Terrestre rasgou de alto a baixo (Mateus 27:50-51), evidenciando que o sistema antigo, que era figurativo, terminara; pois aquilo que o terrestre simbolizava tornara-se realidade com o sacrifício expiatório de Jesus. Como exemplo transcrevemos Hebreus 9:9-10:

“É isto uma parábola para a época presente; e, segundo esta, se oferecem tanto dons como sacrifícios, embora estes, no tocante à consciência, sejam ineficazes para aperfeiçoar aquele que presta culto, os quais não passam de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, e bebidas, e diversas abluções, impostas até ao tempo da reforma.”

Após Sua ressurreição, e, com a aceitação por Deus do sacrifício a favor do homem, Jesus volta à Terra, onde convive com os discípulos por 40 dias (Atos 1:3). Já após a Sua ascensão, no 50º dia, ou seja, no Pentecostes (Atos 2:1), Jesus assume a posição de Sumo Sacerdote, é entronizado, assenta-Se à direita de Deus Pai e passa a ministrar no Santuário Celeste (Atos 2:32-36), concretizando o que foi dito em Daniel 9:24 sobre a unção do Santo dos Santos.  Ainda de Hebreus 9, transcrevemos:

11 - “Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.

15 – Por isso mesmo, ele é o mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das trangressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados.”

Considerando então toda a abundância de textos bíblicos que evidenciam que Jesus, cujo nome significa “Salvador”, é de fato o Ungido, o Messias prometido, cremos que o protagonista do texto de Daniel 9:24-27 é o próprio Jesus.

É muito confortador saber que Deus, apesar de todo poderoso, nos ama com amor eterno; por isto, nos comunicou, através do profeta Daniel, esta mensagem de esperança, concretizada pela pessoa de Jesus.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

E VÓS: QUEM DIZEIS QUE EU SOU? - IV

INÍCIO E FIM DO PERÍODO DAS SETENTA SEMANAS

“Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.”  (Mateus 16:15 e 16)

Importante lembrar que o objetivo do nosso estudo é dar sustentação racional à fé cristã. Deus nunca deixou Seus filhos no escuro; Ele sempre Se preocupou em transmitir-lhes a luz do entendimento, para que o amor a Ele aconteça de forma inteligente.

Prosseguindo no estudo, hoje veremos quando iniciou e terminou o período profético das Setenta Semanas, respondendo então à segunda pergunta:

Fonte: http://3.bp.blogspot.com/

2.   Quando teve início o período das Setenta Semanas? E o término?

No encontro entre o anjo Gabriel e Daniel, o anjo introduz o aspecto cronológico da profecia, informando a Daniel quando aconteceriam os atos redentivos que mencionamos na postagem anterior. Assim, a partir do vers.25 do cap. 9, ele diz:

“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém...”

Esta informação é fornecida por Esdras, sacerdote e escriba que ainda estava em Babilônia, em torno de 457 a.C., já na época do reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia.

Necessário identificar quando saiu a ordem para restaurar e edificar Jerusalém. Este é um ponto não explícito na Bíblia, porém há outras informações correlatas que permitem localizar a saída dessa ordem como ocorrendo em 457 a.C..

A referida ordem (ou decreto) está descrita em Esdras 7:13, naturalmente emitida antes da viagem de Esdras de Babilônia para Jerusalém, lembrando ainda que o rei lhe permitira visitar todo o reino, a fim de obter donativos como ouro e prata, para empregar na reconstrução da cidade de Jerusalém.

Conforme Esdras 7:7-9, ele sai de Babilônia no 7º ano do rei Artaxerxes, no 1º mês, no 1º dia e chega em Jerusalém neste mesmo ano, no 5º mês, no 1º dia. Logicamente este decreto só poderia ter sido emitido num período anterior, ou seja, o sexto ano de reinado de Artaxerxes seria o ano mais tarde possível para sua emissão.

Como não existe informação objetiva nem na Bíblia nem na História sobre a data do decreto, faz-se necessário respeitar a associação bíblica das profecias das 2.300 Tardes e Manhãs e das Setenta Semanas, cap. 8 e 9 de Daniel, respectivamente, para, de forma indireta, chegar àquela data.

O período das Setenta Semanas foi cortado do período maior das 2.300 Tardes e Manhãs. Como a profecia das 2300 Tardes e Manhãs trata da Purificação do Santuário, é mister considerar o sistema bíblico para tal purificação (ou expiação), que ocorria apenas uma vez ao ano, no 7º mês, no 10º dia, conforme Levítico 23:27 e 28.

Resta lembrar ainda que o concerto envolve o Santuário, a intercessão, o ministrante, enfim, todo o Sistema Sacrifical que era realizado no ministério do Santuário Terrestre, o qual apontava para o sacrifício que seria feito no futuro pelo Messias.

Além disto, o Santuário Terrestre era uma cópia reduzida do Santuário Celeste, onde Cristo passou a ministrar como Sumo sacerdote, após Sua ascensão. Para se entender melhor esta parte, convém examinar os livros de Êxodo, Levítico e Hebreus, no que concerne ao assunto do Santuário.

Além de considerar o critério tipológico da purificação (ou expiação) do Santuário como base para entendimento da profecia, a Bíblia agrega o critério astronômico, que devia ser observado pelos sacerdotes, para realização de várias atividades do ministério, como por exemplo, o amadurecimento da cevada para oferta na Festa das Primícias, que determinava o 1º mês do ano.

A partir desta data, calculavam-se os restantes dos meses e do ano e se encaixavam as atividades religiosas, como o Dia da Expiação (Purificação do Santuário), a Páscoa, o Pentecostes e outras.

Assim, como dito em Gênesis 1:14, Salmos 81:3 e 104:19, Jeremias 31:31-37, o sol e a lua demarcariam os dias, as estações e os anos. Aplicando programas informatizados específicos de Astronomia, podemos chegar e checar, com absoluta precisão, os eventos das duas profecias em questão. Desta forma, a data de início delas cai em 28/29 de outubro de 457 a.C., referência Jerusalém.

Apresentamos a seguir o esquema profético das 2.300 Tardes e Manhãs, com o cálculo básico que considera o ano luni-solar.

        *<----------------------------2.300 anos---------------------------->*


Gn 1:14; 8:22
Nm 14:34
Jó 38:31-33
Sl 104:19; 136:7-9
Jr 31:31-37;  33:20-21, 25-26
Ez 4:6-7
Dn 8:26-27;  9:2-4, 21-27
10 de Tishri
10/07
(Lv 16
Lv 23: 26-32)
“Até 2.300 tardes e manhãs e o santuário será purificado.”
10 de Tishri
10/07
(Lv 16
Lv 23: 26-32)
2.300 x 365,2422 = 840.057,06 dias
840.057,06  / 29,53059 = 28.447,0124 lunações
0,0124 x 29,53059 = 0,3662 dias
0,3662 x 24 = 8,7888 horas
28.447 lunações = 121 ciclos [121 x 235 lun. = 28.435 lun.] + 12 lun.
Utilizando o sistema solar e o mês lunar, fica demonstrado que, se começarmos do Dia da Expiação (10 de Tishri) e avançarmos 2.300 tardes/manhãs (ou 2.300 dias proféticos ou 2.300 anos solares ou 840.057,06 dias ou 28.447,0124 lunações), chegaremos exatamente ao Dia da Expiação (10 de Tishri, 7º mês do Calendário Judaico).

O término da profecia das Setenta Semanas, por sua vez, cai no 7º mês do ano 34 d.C. do Calendário Judaico. Nesta ocasião ocorre o apedrejamento de Estevão, discípulo de Jesus, fato que sela a rejeição dos judeus a Jesus como o Messias Prometido nas Escrituras Sagradas.

Havendo interesse em se aprofundar na definição das datas dos eventos proféticos, sugere-se o site www.novoconcerto.com.br, que contém a pesquisa elaborada por Juarez Rodrigues de Oliveira sobre o assunto. 

Que o Amor de Jesus nos estimule a buscar maior conhecimento do Seu Plano de Redenção, elaborado e executado conforme o cronograma divino, visando à nossa salvação.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

E VÓS: QUEM DIZEIS QUE EU SOU? - III

OCORRÊNCIAS NO PERÍODO DAS SETENTA SEMANAS


“Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.”  (Mateus 16:15 e 16)

Como dito ao final da postagem anterior, o objetivo do estudo da profecia das Setenta Semanas é dar sustentação racional à fé cristã.

Foi também mencionada a profecia das 2.300 Tardes e Manhãs, que será abordada oportunamente.

Fonte: http://1.bp.blogspot.com

Agora, procuraremos compreender a conexão do período profético de Setenta Semanas (Daniel 9:24-27) com a pessoa de Jesus.

Informa o início do vers. 24:
 “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade”.

Importa esclarecer ainda que este período corresponde a 490 dias, e de acordo com o princípio dia/ano de Números 14:34 e Ezequiel 4:6-7, aplicável em interpretação profética, corresponde a 490 anos (luni-solares). Cabe destacar que estes vers. de Ezequiel referem-se à Jerusalém num contexto profético.

Podemos agora avançar no entendimento da profecia das Setenta Semanas e sua conexão com a pessoa de Jesus.

Algumas perguntas, que tentaremos responder ao longo de alguns dias, podem nortear nosso entendimento:

1.   O que ocorreria nesse período das Setenta Semanas, ou seja, nesses 490 anos?

2.   Quando teve início tal período? E o término?

3.   Como Jesus se situa nesse período? Como se demonstra que o protagonista dos eventos abordados no texto é Jesus?

4.   Qual a relação entre esse período da profecia das Setenta Semanas e a execução do Plano da Redenção?

Vamos às respostas:

1.   O que ocorreria nesse período das Setenta Semanas, ou seja, nesses 490 anos?

Relendo o texto de Daniel 9:24-27, observa-se que, em síntese, ele trata do estabelecimento de um concerto, de uma aliança entre Deus e o homem, visando à salvação deste. Com este concerto, Deus concede ao homem uma nova oportunidade de reconciliação com Ele. Todos os atos expressos pelos verbos do texto envolvem a idéia de redenção.

O texto inicia posicionando o período das Setenta Semanas num tempo e lugar determinados: ”Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade”. Neste período seriam concentrados os atos decisivos do referido concerto, selado inicialmente com o povo judeu e a cidade de Jerusalém.

Observa-se que os judeus haviam transgredido a aliança com Deus, praticando a idolatria, a despeito das sucessivas advertências enviadas por Deus através dos profetas; sobreveio, então, o cativeiro babilônico, ficando desolada a sua cidade – Jerusalém, conforme se vê em Jeremias 11:1-14 e 22:8 e 9.

Prosseguindo no texto de Daniel, lemos na segunda parte do vers.24:

“para cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos”.

Todos estes atos mencionados no versículo acima são típicos de redenção e só foram possíveis mediante o concerto firmado por Cristo, efetivado por Seu sacrifício expiatório na cruz do Calvário, quando Ele depôs a Sua vida em favor de muitos, para remissão dos pecados (ver Mateus 26:28). Em Atos 10:34-43, o apóstolo Pedro prega para Cornélio, seus parentes e amigos e, inspirado por Deus, faz uma brilhante e eloquente síntese do Plano da Redenção, concretizado pela vida e morte de Jesus, o que confere com os atos redentivos do texto de Daniel acima.

Daniel teve então o privilégio de transmitir ao seu povo a grande mensagem de esperança da redenção, situando-a no tempo e no espaço. Ele foi grandemente confortado por ela.

Fonte: http://007blog.net/fotos/2013/02/Jesus-na-cruz.jpg

Para nós que vivemos após o cumprimento da profecia, ela revela o Deus onipotente, onipresente e onisciente, sempre se comunicando conosco, nos direcionando para o supremo objetivo – nossa salvação.