quarta-feira, 31 de julho de 2013

UM TOQUE DE FÉ

Escrito em 07/10/2012

“Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar [e que gastara com os médicos todos os seus haveres], veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste, e logo se lhe estancou a hemorragia.” (Lucas 8:43 e 44)

Existe uma tendência de se transferir o sentimento relacionado a algum fato para os objetos que de certa forma se relacionam com este fato. Não sei explicar a razão, mas já observei isto. Seguem alguns exemplos: não permanecer na casa onde morreu uma pessoa amada; apegar-se a um anel que foi presente do amado; não entrar no carro com o qual se sofreu um acidente, usar determinados objetos para dar sorte...

No presente caso, a mulher hemorrágica já gastara tudo que possuía em tratamentos, nem tinha mais esperança de cura, quando ouviu falar de Jesus, de como Ele vinha curando muitos enfermos. Reavivou-lhe então, a esperança de cura e foi à procura de Jesus. Encontrou-o cercado de uma multidão.

Esta mulher pertencia a um povo, em cuja cultura, a mulher não tinha vez, nem voz. Falar publicamente do problema que vinha sofrendo também seria outra dificuldade, em função de tabus predominantes. Então, ela pensou: “se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada!”

Será que ela estava pensando mesmo que a roupa de Jesus fosse santa e pudesse realizar milagres?

O que jaz em comportamentos semelhantes?

Mateus, Marcos e Lucas relatam o fato, todos falam do toque da veste, mas nenhum atribui a cura da mulher à roupa de Jesus; no entanto, os três falam da reação de Jesus com ela: “A tua fé te salvou”.

Marcos e Lucas comentam sobre a percepção de Jesus ao toque da mulher em sua veste: “Quem me tocou? Sinto que de mim saiu poder!”, enquanto na verdade, Ele estava sendo praticamente imprensado por todos os lados pela multidão. No entanto, mesmo no meio daquele tumulto, Ele sentiu um toque especial, porque não se tratava de um contato qualquer; era um toque de fé nEle, em Seu poder restaurador.

Existe, no entanto, muita crendice, muita superstição, muita transferência de um sentimento para coisas meramente materiais; comportamentos estes fomentados por tradições, livros, filmes, novelas e outros recursos envolvendo magias e fantasias, ou quem sabe, até algum elemento estranho subjacente na mente das pessoas, que as levam a se afastar ou a se apegar a certas coisas.

O cristão deve tomar muito cuidado no sentido de não adotar este tipo de comportamento e saber distinguir o que realmente provém de fé genuína no poder de Deus. 





sábado, 27 de julho de 2013

SÍNDROME DE JÓ

Escrito em 27/07/2013

“Defende a minha causa e liberta-me; vivifica-me, segundo a tua promessa.” (Salmos 119:154)

Fonte: http://4.bp.blogspot.com

O Salmo 119 trata da excelência da Lei Divina. Nele o salmista utiliza expressões diversas para designar os mandamentos da Lei de Deus, tais como: prescrições, preceitos, decretos, testemunhos, sempre evidenciando a importância e as bênçãos decorrentes da observância da Lei de Deus. Exalta ainda o lado do julgador, com termos como justiça, retos juízos, promessas, misericórdia, fidelidade, verdade contrapondo à mentira e falsidade.

Interessante observar que o salmista se coloca como um réu inocente, como vítima num processo judicial, como alguém no meio de uma batalha jurídica. Ele menciona várias vezes a figura dos acusadores, dos inimigos que querem seu fracasso. Ele se posta humildemente diante do julgador, faz suas considerações a respeito da sua postura de respeito e reverência para com a Lei, pede, espera e confia no julgador. Utiliza inclusive o termo “petição”.

Bem, o meu propósito aqui não é ressaltar a linguagem jurídica do salmo, mas evidenciar que nós vivemos no meio de um conflito entre o bem e o mal, entre a Verdade e a mentira, enfim entre Deus e Satanás.

Em nossa vida, há fases, momentos que às vezes se prolongam e chegam a caracterizar verdadeiras “crises”, em que nos sentimos como Jó, no auge do sofrimento.

Todo mundo conhece a expressão “páciência de Jó”, mas nem todos conhecem a história completa. A Bíblia registra como Satanás acusou Jó injustamente diante de Deus e Este, conhecendo a integridade de Jó, permitiu que Satanás operasse uma série de problemas, com resultados funestos na vida de Jó, atingindo sua família, seus bens, sua saúde; até sua mulher foi contra ele.

Fonte: http://1.bp.blogspot.com

Ao final, Jó saiu vitorioso e o Senhor multiplicou as bênçãos sobre ele, de modo que seu estado posterior resultou muito melhor do que o anterior à crise promovida por Satanás.

Sugiro a leitura de toda a história no livro de Jó na Bílbia. Ela nos ajuda a compreender a razão pela qual passamos por tantas dores, aflições, problemas de toda ordem e provações.

Pessoalmente, tive de enfrentar vários problemas ocorrendo ao mesmo tempo, neste mês de julho, que se não fosse a confiança na misericórdia e bondade de Deus, eu teria ficado louca. Cheguei a ficar doente, abalada física e psicologicamente. Então, caí de joelhos diante do Senhor e Lhe implorei que me mostrasse pela Sua Palavra, que estava do meu lado. Em seguida, abri a Bíblia e me deparei com o verso que escolhi para hoje. Orei e pedi que Ele defendesse a minha causa, me libertasse e me vivificasse; o meu coração e mente se aquietaram; me enchi de força e coragem para enfrentar os problemas; Ele colocou no meu caminho pessoas bondosas, amigas e solidárias, amáveis, competentes, e, rapidamente os problemas foram sendo solucionados.

Se você está passando por uma crise, apegue-se a Deus, peça que Ele pleiteie a sua causa e verá que seu coração encherá de paz, mesmo em meio a aflições. Tudo acabará bem.


quinta-feira, 25 de julho de 2013

QUEM SOMOS?

Escrito em 06/10/2012

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pedro 2:9)

O versículo escolhido para hoje foi dito pelo apóstolo Pedro num contexto em que ele incentivava os cristãos ao desenvolvimento espiritual, ao crescimento na fé, em contraposição àqueles que rejeitaram a Jesus.

À primeira vista, tem-se a impressão de uma atitude discriminatória por parte dele, como se ele estivesse se referindo especificamente ao povo judeu, até porque as qualificações ditas por ele reproduzem o que o Senhor dissera com relação ao povo de Israel, que acabara de tirar da escravidão do Egito, para conduzir a uma vida digna na Terra Prometida (Êxodo 19:5 e 6; Deuteronômio 7:6, 14:2). Quando porém se avança na leitura, percebe-se que Pedro aplica tais qualificações aos cristãos de um modo geral, não importando sua nacionalidade.

Esclarecido este ponto, prossigamos no entendimento do verso.

É simplesmente animadora a mensagem contida neste versículo, porque as palavras inspiradas pelo Espírito Santo encerram um verdadeiro estímulo aos cristãos de todos os tempos.

Raça eleita:

A que raça Pedro se refere?

A uma nova geração que surge no mundo, após a vinda do Senhor e Sua morte sacrifical, um povo misto, não limitado a uma descendência genética, geográfica ou racial. Agora a raça eleita é composta por todos aqueles que, pela fé, aceitaram a Jesus como o seu Salvador pessoal.

A Palavra de Deus diz que Ele veio para os Seus e os Seus não O receberam. O povo de Israel anteriormente escolhido, eleito, com a nobre missão de levar ao mundo a mensagem evangélica, não reconheceu a Jesus como o Messias prometido. Daí, o Senhor expandiu a missão, ampliando-a e abrangendo a todos que abraçassem a causa de Jesus, tal como prometera a Abraão: “em ti serão benditas todas as nações da terra”.

Sacerdócio real:

A Bíblia enfatiza dois santuários: um celestial, chamado de “o verdadeiro”, e um terrestre, denominado como “figura e sombra” do verdadeiro e neste inspirado, o qual foi mostrado como modelo por Deus a Moisés no Monte Sinai.

Foi instituído um serviço sacerdotal, sob orientação divina, designando a tribo de Levi, para realização dos serviços sagrados, que prefiguravam o sacrifício que seria feito por Jesus no futuro, para salvar o homem de seus pecados, bem como Sua atividade como sumo sacerdote no santuário celestial.

Pertencer ao sacerdócio era considerado um privilégio e uma honra, mas também uma grande responsabilidade. Por isso, Pedro utiliza este termo, acrescentando o adjetivo “real”, ou seja, proveniente da realeza de Deus. Zacarias 6:12 e 13 profetiza sobre o Renovo (que seria Cristo) realizando em perfeita união os dois ofícios, de Sacerdote e Rei.

Agora, à raça eleita dos crentes em Jesus, é também atribuído o sacerdócio, de modo que temos a honra e o dever de levar o Evangelho aos que ainda não o conhecem.

Nação santa:

Embora o termo “nação” se aplique política e juridicamente a um povo determinado e caracterize sua soberania em relação aos demais, Pedro o emprega de forma figurada à nova geração de crentes. Acrescenta ainda o adjetivo “santa”, que significa “separada para o serviço sagrado”.

O interessante desta aplicação de Pedro é que o conjunto dos crentes em Jesus forma uma nação unida em Cristo e por Cristo e desconhece fronteiras geopolíticas.

Povo de propriedade exclusiva de Deus:

Não completamente satisfeito com as qualificações aplicadas à nova geração, Pedro procura encerrá-las numa síntese apoteótica, evidenciando que esta raça eleita, este sacerdócio real, esta nação santa constitui, em verdade, um grupo separado e escolhido pelo Senhor, como um bem precioso e único, daí o termo “povo de propriedade exclusiva de Deus”. 

Com que propósito?

Fonte: http://4.bp.blogspot.com
A segunda parte do verso de hoje informa o objetivo pelo qual Deus escolhe a nova geração dos cristãos: “ a fim de proclamar ...”.

Como dito por Paulo ao rei Agripa, Jesus o enviara aos gentios, com o propósito de “lhes abrir os olhos e os converter das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebessem eles remissão de pecados e herança entre os santificados pela fé em Jesus” (Atos 26:18).

Jesus também nos envia hoje. Sim, a nós, os que abraçamos o concerto com Ee e nos propomos a seguí-Lo e serví-Lo; a nós, que já fomos resgatados das trevas do pecado e passamos a habitar na Luz da Verdade; a nós, compete testemunhar com todas as forças do nosso ser e fortalecidos pelo Espírito Santo, sobre Este Deus maravilhoso, que Se deu por nós na cruz do Calvário.

Compete a nós proclamar o Evangelho Eterno por toda a Terra.


terça-feira, 23 de julho de 2013

A VIDA HUMANA OU O GANHO ECONÔMICO?

 Escrito em 05/10/2012

“Então, saiu o povo para ver o que se passara, e foram ter com Jesus. De fato, acharam o homem de quem saíram os demônios, vestido, em perfeito juízo, assentado aos pés de Jesus; e ficaram dominados de terror. [...] Todo o povo da circunvizinhança dos gerasenos rogou-lhe [a Jesus] que se retirasse deles, pois estavam possuídos de grande medo. E Jesus, tomando de novo o barco, voltou.” (Lucas 8:35 e 37)

Este fato foi relatado por Mateus, Marcos e Lucas; Mateus, de forma mais resumida, mas menciona 2 endemoninhados; Marcos e Lucas dão mais detalhes e mencionam um endemoninhado.

O homem libertado por Jesus estava possesso de uma legião de demônios, afastara-se do convívio familiar e social e vivia nu, como um louco, andava dia e noite por entre os sepulcros e montes e se feria com pedras. Ninguém conseguia detê-lo, nem com algemas. Todos o temiam.

Quando Jesus expulsou os demônios, eles pediram para entrar numa grande manada de porcos (Marcos menciona cerca de 2.000) que por ali pastava  e Jesus permitiu. Observe-se que toda a manada precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, se afogando, donde se depreende que a legião era composta de, no mínimo, 2.000 demônios.

Do ponto de vista econômico, a perda de cerca de 2.000 porcos era significativa, representando um prejuízo expressivo – este é o provável motivo pelo qual todo o povo da circunvizinhança dos gerasenos pediu a Jesus que se retirasse da região. O medo ali mencionado era de que Jesus lhes trouxesse mais prejuízo econômico-financeiro. 

Fonte: http://1.bp.blogspot.com

Historicamente a questão VIDA HUMANA x GANHO ECONÔMICO tem sido objeto de controvérsia, sendo que a valorização da primeira, mesmo em detrimento da segunda, só tem acontecido mais recentemente, a custo de muitos embates de idealistas, forçando a emissão de leis protetivas.

Após a expulsão dos demônios, o homem libertado ficou em perfeito juízo, vestiu-se e assentou-se aos pés de Jesus, ouvindo-O e quis acompanhá-Lo, quando Ele saiu da cidade, mas Jesus orientou-o a voltar para casa, para os seus e testemunhar do que Deus havia feito por ele. E assim ele fez.

Foi perdida uma manada de porcos, mas uma vida humana foi resgatada das garras de Satanás.

Quanto vale uma vida humana?

Como você pensaria se fosse dono dos porcos? E se fosse pai, irmão, filho ou esposa do ex-endemoninhado?

O preço de uma vida é imensurável, tanto que Jesus teria vindo ao mundo ainda que fosse para salvar uma única pessoa. O raciocínio de Deus é inversamente proporcional ao de muitos homens, que visam “o bolso e a Bolsa de Valores” acima de qualquer coisa.

fonte: http://ts2.mm.bing.net

Que o Senhor nos ilumine para que possamos discernir o real valor de uma pessoa diante de Deus, compreender que o Seu amor pelo ser humano supera qualquer valor material e revelar este maravilhoso princípio nos nossos relacionamentos.

domingo, 21 de julho de 2013

JESUS ACALMA UMA TEMPESTADE

 Escrito em 04/10/2012

“Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança. E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem.” (Mateus 8:26 e 27) 
                   
Quem não conhece o ditado “Depois da tempestade, vem a bonança”?  Não posso afirmar com certeza, mas acho que a origem dele deve ser deste episódio narrado por Mateus, Marcos e Lucas.

Jesus e os discípulos estavam indo de barco de uma margem para a outra do Mar da Galiléia, após um dia de intensa atividade, em que Jesus atendera a uma multidão em suas necessidades dos mais diversos tipos. Então, aproveitando os momentos de calma, Jesus adormeceu.

Fonte: http://2.bp.blogspot.com

Durante a travessia, porém, sobreveio uma forte tempestade, com ventos velozes que açoitavam o barco, chegando este quase a afundar nas ondas revoltas e os discípulos entraram em pânico. A solução era acordar Jesus;  com certeza, Ele faria alguma coisa, como de fato fez: levantou-Se, repreendeu os ventos e o mar; veio a bonança.

Esquisito que, embora os discípulos recorressem a Jesus na hora do aperto e do medo, depois, ficaram admirados de a natureza obedecer a Ele e  perguntaram-se: “Quem é este...?”

Duas coisas importantes se destacam deste fato:

·         A fé vacilante dos discípulos:

Não era falta de fé. Um pouco de fé eles tinham, porque acordaram Jesus para solucionar o problema. O próprio Jesus chamou-os de “tímidos e homens de pequena fé”. Pequena é maior que nenhuma.

A bem da verdade, talvez se nos comparássemos a eles, a fé deles ainda poderia ser considerada maior que a nossa. Digo isto, porque é comum nos encontrarmos numa situação problemática séria e ficarmos lutando exclusivamente com as nossas débeis forças humanas, deixando de recorrer a Jesus.

Mas se Jesus questionou-lhes a fé, então é porque achava que eles poderiam resolver o problema por si mesmos? Aí, o meu raciocínio anterior cairia por terra.

Lembremo-nos, entretanto, de que numa outra oportunidade, Jesus havia dito aos discípulos que se tivessem fé do tamanho de um grão de mostarda, que é uma semente minúscula, poderiam mover montanhas.

Daí, precisamos recordar de outros textos em que Jesus orienta-nos a invocar o Seu nome diante do Pai Celestial, ao trazer a Este as nossas necessidades, os nossos pedidos, sejam por nós ou por terceiros. É por isto que ao final das orações, comumente acrescentamos a expressão “em nome de Jesus”. Na Igreja Primitiva, pelos relatos do livro “Atos dos Apóstolos”, observa-se que quando os discípulos operavam um milagre, eles diziam “em nome de Jesus”.

O importante é crer de fato no Seu poder e invocá-lo numa real necessidade, isto sim é um ato de fé.

·         O poder de Jesus:

Os discípulos de Jesus ficaram admirados se perguntando: “Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?”

Hoje sabemos responder com tranquilidade e segurança: Este é o Criador! Assim sendo, Ele tem o domínio de toda a natureza. Para Ele, amainar a natureza bravia não é, em si mesmo, um ato extraordinário, porque pela Sua natureza divina, Ele detém todo o poder sobre a Criação.

Então os discípulos não sabiam disto? Digamos que eles estavam ainda aprendendo. A maioria deles era gente humilde, de pouca instrução, baixa escolaridade; eles foram muito abençoados por terem sido escolhidos por Jesus e terem aprendido diretamente com o Mestre dos mestres, num treinamento intensivo de cerca de 3 anos. Muitas coisas que Jesus lhes falou enquanto estava com eles, os mesmos só foram entender após a morte dEle e após receberem o Espírito Santo, que abriu-lhes a mente, clareou-lhes o entendimento, capacitando-os a operar pela fé em Jesus e pelo poder dEle.

Certamente que Jesus teve grande satisfação pelo crescimento espiritual dos discípulos. Que nós também possamos ser objeto de satisfação dEle, por nosso desenvolvimento espiritual, por uma busca contínua de fé e poder nEle.




             

sábado, 20 de julho de 2013

JESUS COME COM PECADORES

Escrito em 03/10/2012

Fonte: http://1.bp.blogspot.com
“Ora, vendo isto, os fariseus perguntaram aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? Mas Jesus, ouvindo, disse: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores [ao arrependimento].” (Mateus 9:11-13)

Existe um provérbio popular que diz: “Quem julga pela aparência comete grave imprudência”, pois  “as aparências enganam”. Foi exatamente isto que aconteceu neste episódio.

Os fariseus sempre espreitavam Jesus, com o objetivo de apanhá-Lo  cometendo algum deslize em relação à Lei. Eles não criam em Jesus como o Autor da Lei, Lei esta que, para eles, se tornara um fim em si mesma, ignorando que ela havia sido instituída com o propósito de conduzir o pecador a Cristo e orientá-lo no processo de santificação.

Eles faziam os sacrifícios, os holocaustos dos animais que apontavam para a vinda e sacrifício expiatório do Salvador, mas fixaram a sua mente no ritual, deixando de reconhecer, no tempo oportuno, que Aquele que eles esperavam já tinha vindo e estava ali com eles.

Jesus aplica uma passagem enviada por Deus, através do profeta Oséias (6:6), ao povo de Israel, advertindo-o contra o ritual destituído do espírito de misericórdia e amor, com atos exteriores de adoração, mas praticando idolatria e prostituição.

Jesus veio para realizar o Plano da Redenção a favor do homem e, no episódio em pauta, Ele deixa isto claro, utilizando a metáfora da saúde: Jesus é o médico que veio para salvar os pecadores, que, no caso, são os doentes espirituais.

Importa ainda esclarecer a respeito do que Jesus disse “não vim chamar justos”. Alguns estranham esta assertiva, que entendo de uma maneira muito simples: por que Ele chamaria aqueles que já estão com Ele? Não há necessidade. Há pessoas que entendem esses “justos” como aqueles que confiam em sua justiça própria ao invés de na justiça de Deus, revelada na pessoa de Jesus para justificação do homem.

E como devemos nós, que já aceitamos a Cristo e fizemos o propósito de viver de acordo com a Sua vontade, nos comportar com relação aos que não O conhecem ou que julgam conhecê-Lo, porém com doutrinas teológicas e práticas diferentes?

Acredito que devemos nos associar a eles, com o propósito de levar-lhes a Verdade, tal como a conhecemos e interpretamos pelas Escrituras Sagradas. Entretanto, muitos não estão dispostos a examinar as Escrituras e se detém naquilo que a sua denominação religiosa defende, sem pesquisar por si mesmos, como faziam os bereanos; então, por esses, depois de termos feito a nossa parte, resta-nos orar para que o Espírito de Deus complete a obra. 

Há porém entre nós muitos fariseus: ficam apenas nos rituais, mas o seu coração está distante do Senhor. Outros há que se associam aos “pecadores” para comer e ficam só aí e não aproveitam a oportunidade para comunicar-lhes a “Palavra de Deus”, por preceito e exemplo.

Afinal, todos somos pecadores e carecemos da glória de Deus. Que Ele nos estenda a Sua misericórdia e nos cubra com Seu manto de justiça.