Escrito
em 14/12/2012
“De boas palavras transborda o meu coração. Ao Rei consagro o
que compus; a minha língua é como a pena de habilidoso escritor.” (Salmos 45:1)
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Os filhos de Corá estavam
realmente inspirados ao compor este salmo, que retrata a habilidade de Alguém a
eles superior, Jesus. O Espírito Santo os inspirou a compor este salmo.
No primeiro versículo, eles
incorporam a mente de Jesus enaltecendo a Deus o Pai; nos demais, continuando
inspirados, eles próprios enaltecem o Filho de Deus.
Trata-se de um salmo profético,
embora Jesus, enquanto esteve na Terra em forma humana, não deixou nada escrito
de próprio punho, mas Suas palavras foram registradas por Seus apóstolos e
discípulos, que as transmitiram com maior ou menor riqueza de detalhes, uns
mais preocupados em narrar os fatos com objetividade e exatidão de informações,
outros com o desejo de repassar a alma, o coração e a mente de Jesus, com Seu jeito humanista de ser nas
relações humanas.
Antes de chegar à boca, as
palavras procedem de pensamentos que nascem na mente humana, que nelas se
convertem, trazendo portanto toda a carga de subjetividade do autor.
O coração de Jesus é cheio de
Amor; por isto, transborda em boas palavras. A Deus eleva a Sua mente criativa,
consagrando-Lhe a Sua composição, fruto de uma habilidade especial, genuína;
aliás, é a própria habilidade divina, originada da pena maior e mais perfeita,
convertida para a linguagem humana, para que pudesse ser entendida pelos homens
e a esses ensinasse o louvor e a adoração.
Importante destacar o quanto
Jesus fazia questão de demonstrar aos homens a importância de se exaltar o nome
de Deus. Ele não perdia uma oportunidade de evidenciar Sua dependência do Pai,
Sua ligação constante com Ele, que todos os Seus atos eram concebidos na mente
divina, para depois se concretizarem. Observe-se, por exemplo, a oração do Pai
Nosso, que Ele nos ensinou.
Em contrapartida, nós, “pobres
mortais”, “subimos num tijolinho e fazemos discurso”; queremos ser os donos da
verdade, brigamos pela autoria de nossa composição, que, muitas vezes, é uma
reorganização da pesquisa e trabalho de outrem; como se diz no mundo acadêmico:
uma revisão literária.
Alguém disse brincando e parafraseando Lavoisier: “No
mundo nada se cria, tudo se copia”.
Pouca coisa é de fato uma criação
genuína; mesmo aqueles trabalhos fundamentados em pesquisa de campo são mais
valorizados quando enriquecidos com outros autores de renome na área específica
de conhecimento.
Concluindo, copiemos Jesus: “Consagremos
a Deus todas as nossas habilidades”, exercitadas com total ou parcial originalidade,
pois, no nosso entender, tudo, na verdade, dEle procede.