“Mas o alimento sólido
é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades
exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.” (Hebreus 5:14)
A carta aos Hebreus encerra
grande profundidade teológica no que concerne ao desempenho da missão de Jesus
no Plano da Redenção, envolvendo a Antiga e a Nova Aliança, o serviço do
Santuário Terrestre em comparação com o Celeste, o papel do sacerdócio em ambos
e a nomeação de Jesus por Deus como sumo sacerdote, após Sua ascensão, o crescimento
na fé e os deveres cristãos.
Considerando todo este
conteúdo, o versículo escolhido para hoje se acha no contexto de uma
advertência aos Hebreus, feita pelo autor da carta (provavelmente Paulo), porque
eles haviam relaxado no crescimento espiritual e avanço doutrinário, necessitando
de novo ensino dos “princípios elementares dos oráculos de Deus”, quando já
poderiam ser “mestres” no assunto.
Ele faz uma analogia entre o
leite e o alimento sólido, que devem ser dados para as crianças e para os
adultos, respectivamente, aplicando-a ao desenvolvimento espiritual dos
Hebreus, que estavam se comportando como crianças.
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Em qualquer área de conhecimento,
quando deixamos de praticar, de exercitar, parece que as nossas faculdades
mentais se atrofiam e esquecemos até as coisas básicas. Por exemplo, para quem
trabalha com uma língua estrangeira, quando passa muito tempo sem praticar,
esquece grande parte do vocabulário; na área jurídica, esquece os termos e se
desatualiza com a evolução das leis; na Matemática, além de esquecer o conteúdo
em si, perde capacidade e rapidez de raciocínio.
Bem, no desenvolvimento
espiritual não é diferente. Normalmente, quando uma pessoa é evangelizada, os
obreiros e irmãos lhe ensinam as doutrinas bíblicas fundamentais, ou seja, ela recebe
o leitinho como criança, mas depois de batizada e passando a participar como
membro da Igreja, às vezes, a pessoa e a Igreja se acomodam. O ideal seria que
a Igreja e a própria pessoa promovessem o avanço doutrinário e a prática na fé,
como dito no verso de hoje, passando a se nutrir com o alimento sólido, que lhe permitisse discernir entre o bem e o mal.
A mulher cristã corre um
grande perigo de estagnação espiritual, porque quase sempre a sua rotina
doméstica é tão pesada, que parece não ter fim; aliás, não tem; se ela não “forçar
a barra”, com posturas do tipo “agora é para mim”, para poder descansar,
estudar um tema, pesquisar um assunto, assumir uma responsabilidade que
requeira e/ou promova o próprio crescimento, porque “ninguém pode dar o que
não tem”, ela se torna uma “criança espiritual” e isto não é bom para ela, nem
para a sua família, nem para a Igreja. E hoje em dia, é comum as mulheres
enfrentarem jornada dupla, trabalhando fora e em casa.
Um jeito bom e barato de se
livrar um pouco da carga do serviço doméstico, é dividi-la com os demais
membros da família; até as crianças podem contribuir com pequenas tarefas, que
as façam se sentir úteis e importantes; os esposos também aprendem a gostar de
preparar uma refeição e assim por diante.
Bem, o fato é que todo filho
de Deus, independente de sexo, nível cultural e idade, pode e deve crescer no
conhecimento e na graça de Jesus.