sexta-feira, 23 de maio de 2014

REMISSÃO E REDENÇÃO


"Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.” (Rute 1:16)

Continuemos a história de Rute, iniciada no post anterior.

Após aquele rápido encontro com Boaz, quando dele recebeu a bênção, ao findar o dia, Rute retorna à sua sogra, a quem relata as ocorrências daquele dia.

Noemi então esclarece à sua nora que Boaz era um dos remidores de seu falecido marido, bem como de seus filhos e a instrui sobre como se aproximar dele.

No dia seguinte, Rute coloca em prática o plano de Noemi e se deita aos pés de Boaz na hora de descanso da ceifa. Na nossa cultura, isto nos parece estranho, mas considerando o foco legal da questão, voltado a um fim nobre na cultura judaica, torna-se compreensível.

Para sua surpresa, ao acordar e vê-la a seus pés, Boaz se recusa a possuí-la, esclarecendo haver outro remidor que teria prioridade na linha de sucessão, a quem consultaria primeiramente.

Assim, ele aguarda o momento de se encontrar com este remidor preferencial, digamos,  a quem expõe a situação,  começando por consultar seu interesse em adquirir as terras dos falecidos Elimeleque e seus filhos e também a suscitar-lhes descendência mediante união com Rute.

Para surpresa e satisfação de Boaz, o remidor preferencial abre mão e fecham o negócio na presença de testemunhas e o selam com a entrega do sapato do segundo ao primeiro (símbolo de contrato firmado na cultura judaica da época).

Assim, no dia seguinte, Boaz adquire de Noemi as terras deixadas por Elimeleque e aceita a união com Rute, para prover descendência a esta família. 

Fonte: http://2.bp.blogspot.com

Tudo indica que eles tiveram um casamento feliz e harmonioso. 

Noemi passou da situação de mulher solitária para a de avó realizada e contente com seu netinho nos braços.

Agora vem a parte em que este episódio se insere no Plano da Redenção: desta união nasceu Obede, que gerou Jessé, que gerou Davi, de cuja linhagem nasceu Jesus, o nosso Redentor.

Concluindo, esta história evidencia o Amor de Deus por seus filhos: a família de Noemi poderia ter acabado, sem deixar descendente, mas devido ao seu testemunho a uma nora estrangeira, esta se converte, opta por permanecer com ela, com seu povo e com seu Deus.

De Rute ficou célebre sua decisão e postura, quando insistiu em acompanhar Noemi: "Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores, irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus; onde quer que morreres, morrerei eu, e ali serei sepultada. Faça-me assim o SENHOR, e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti”. (Rute 1: 16 e 17).

Deus operou de maneira misericordiosa e essas fiéis mulheres foram honradas com o privilégio de participar da genealogia do Salvador da Humanidade.

sábado, 17 de maio de 2014

UMA BÊNÇÃO PARA RUTE

Em 17/05/2014

"O SENHOR retribua o teu feito; e te seja concedido pleno galardão da parte do SENHOR Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar." (Rute 2:12)

A história de Rute contada fora do contexto do Plano da Redenção daria um lindo romance, mas considerada naquele contexto, ela se reveste de importância histórica e espiritual.

Rute era moabita, casada com Malon, filho de Noemi.

Noemi tinha ido para as terras de Moabe, devido a um período de seca e fome nas terras de Israel. Lá morreram seu marido (Elimeleque) e seus dois filhos (Malon e Quilion), sem deixar descendente. Então, informada da melhoria das condições de sobrevivência em sua terra, Noemi se decide a retornar a Israel.

Ao partir, Noemi insiste com suas noras que fiquem e se casem novamente com rapazes de Moabe, mas Rute preferiu acompanhar a sua sogra, pois agora que conhecia o Deus verdadeiro, não queria permanecer no meio do seu povo, que era idólatra.

Fonte: http://2.bp.blogspot.com

Chegaram em Belém de Judá na época da colheita da cevada.

Rute saiu para os campos para pegar a parte que os segadores deixavam cair no chão. Havia uma lei em Israel que permitia que os pobres assim fizessem, para garantir o seu sustento.

Quando ela estava catando o que caía, chegou o proprietário e perguntou aos trabalhadores quem era aquela moça e eles esclareceram. Coincidência ou Providência Divina? Boaz, o proprietário daquelas terras era parente de Elimeleque, portanto, um dos remidores.

Aqui cabe lembrar outras leis sócio-econômicas de Israel: quando uma pessoa por necessidade vendia sua terra, passados 7 anos, ele poderia comprá-la de volta. Depois de 50 anos, a resgataria automaticamente. Também quando um homem morria sem deixar descendente, o primeiro na linha sucessória devia se unir à viúva, de modo a suscitar descendente ao falecido.

Bem, Boaz então conversa com os trabalhadores para que deixem cair mais para beneficiar a ela e sua sogra. Também a orienta para ficar só em seus campos, para evitar que fosse molestada.

Foi nesta hora que ele disse a ela o verso escolhido para hoje, verso este que encerra uma bênção para Rute, diante da qual ela se curva e agradece comovida.

Importa destacar aqui como sempre esteve nos planos divinos a valorização daqueles que O buscam de todo o coração,  independente de sua origem, raça, cor, classe social e econômica ou qualquer outro elemento discriminatório.

Na próxima mensagem veremos um pouco mais da história desta estrangeira e como ela se integra ao Plano da Redenção.