Escrito em 26/09/2012
“Mas acerca do Filho: O teu
trono, ó Deus, é para todo o sempre e: cetro de equidade é o cetro do seu
reino. Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te
ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros.” (Hebreus 1:8
e 9)
Inicialmente é bom esclarecer
que este texto envolve 3 pessoas: o narrador, o autor da carta aos Hebreus
(provavelmente, Paulo) que fala de Alguém (Deus Pai) que, por Sua vez, fala de
uma Outra Pessoa (Jesus).
O contexto é do envolvimento
de Cristo na criação, Sua concepção como Filho do Homem, sendo ao mesmo tempo Filho
de Deus e mais: um paralelo entre Jesus e os anjos, colocando Jesus em posição superior,
sendo adorado pelos anjos.
O versículo em pauta evidencia
a pessoa de Jesus como Filho, mas também como Deus e Rei, que se assenta no
trono real.
Para nossa mente finita, é
complexa a compreensão da capacidade de Jesus participar da Criação como Deus,
depois Se encarnar na forma humana, para morrer em nosso lugar, fazendo a propiciação
pelos nossos pecados. Posteriormente, ressuscitar e voltar à condição divina,
embora conservando a forma humana. Assim, Ele sempre teve uma natureza divina,
à qual, foi associada uma natureza humana. Isto é tema de vários livros e teses;
mas somente aceitando a natureza amorosa de Deus, é que se torna possível tal
compreensão.
Gostaria entretanto de destacar
hoje dois atributos de Jesus: Justiça
e Equidade; aliás, dois princípios
que devem nortear a atividade jurídica.
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A justiça é algo tão sublime que considero até pretensiosa a
expressão, quando falamos de sua aplicação nas ações judiciais, em função das
limitações do processo, principalmente no que concerne às provas trazidas para
os autos.
A Justiça divina no entanto, é
plena e real, pois Deus é onisciente, onipotente e onipresente; não depende de
nenhum ser humano para conhecer a Verdade. Além disto, a Lei, a norma levada em
consideração para o exercício da justiça é também de Sua autoria.
A equidade é outro termo muito utilizado pelos operadores do direito,
inclusive objeto de muitas discussões doutrinárias, com o nome sofisticado de
Princípio da Isonomia, mais simplesmente, da igualdade, interpretada por muitos
como relativa.
O princípio da equidade em
Deus, como a justiça, é pleno e real. Diante dEle, somos realmente iguais, nos
oferece oportunidades iguais, deu o Seu Filho Unigênito para salvação de todos,
não importa a nossa condição racial, social, cultural ou qualquer outra.
Jesus é a referência perfeita de justiça e equidade.
Ele ama a justiça e odeia a
iniquidade. Embora odeie o pecado, Ele ama o pecador e oferece-lhe o perdão e a
vida, e vida em abundância, na eternidade.
Enquanto na Terra, estamos
sujeitos ao pecado, mas Jesus viveu sem pecado e nos substituiu com Seu
sacrifício expiatório, todo eficaz, que nos permite ser justificados diante de
Deus; por isto, Ele é a nossa justiça.
Jesus, enquanto esteve aqui na
terra, em forma humana, permeava suas ações pelo princípio da equidade. A todos
demonstrava igual consideração. Dirigia Sua atenção e Seu amor indistintamente.
O Seu cetro de equidade Ele estende
para nós, liberando nosso acesso ao Seu reino, de forma igual para todos.
Que possamos aceitar a justiça
e equidade de Jesus e tê-las como referência enquanto vivemos na Terra,
procurando praticá-las nos nossos relacionamentos.