sexta-feira, 23 de maio de 2014

REMISSÃO E REDENÇÃO


"Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.” (Rute 1:16)

Continuemos a história de Rute, iniciada no post anterior.

Após aquele rápido encontro com Boaz, quando dele recebeu a bênção, ao findar o dia, Rute retorna à sua sogra, a quem relata as ocorrências daquele dia.

Noemi então esclarece à sua nora que Boaz era um dos remidores de seu falecido marido, bem como de seus filhos e a instrui sobre como se aproximar dele.

No dia seguinte, Rute coloca em prática o plano de Noemi e se deita aos pés de Boaz na hora de descanso da ceifa. Na nossa cultura, isto nos parece estranho, mas considerando o foco legal da questão, voltado a um fim nobre na cultura judaica, torna-se compreensível.

Para sua surpresa, ao acordar e vê-la a seus pés, Boaz se recusa a possuí-la, esclarecendo haver outro remidor que teria prioridade na linha de sucessão, a quem consultaria primeiramente.

Assim, ele aguarda o momento de se encontrar com este remidor preferencial, digamos,  a quem expõe a situação,  começando por consultar seu interesse em adquirir as terras dos falecidos Elimeleque e seus filhos e também a suscitar-lhes descendência mediante união com Rute.

Para surpresa e satisfação de Boaz, o remidor preferencial abre mão e fecham o negócio na presença de testemunhas e o selam com a entrega do sapato do segundo ao primeiro (símbolo de contrato firmado na cultura judaica da época).

Assim, no dia seguinte, Boaz adquire de Noemi as terras deixadas por Elimeleque e aceita a união com Rute, para prover descendência a esta família. 

Fonte: http://2.bp.blogspot.com

Tudo indica que eles tiveram um casamento feliz e harmonioso. 

Noemi passou da situação de mulher solitária para a de avó realizada e contente com seu netinho nos braços.

Agora vem a parte em que este episódio se insere no Plano da Redenção: desta união nasceu Obede, que gerou Jessé, que gerou Davi, de cuja linhagem nasceu Jesus, o nosso Redentor.

Concluindo, esta história evidencia o Amor de Deus por seus filhos: a família de Noemi poderia ter acabado, sem deixar descendente, mas devido ao seu testemunho a uma nora estrangeira, esta se converte, opta por permanecer com ela, com seu povo e com seu Deus.

De Rute ficou célebre sua decisão e postura, quando insistiu em acompanhar Noemi: "Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores, irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus; onde quer que morreres, morrerei eu, e ali serei sepultada. Faça-me assim o SENHOR, e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti”. (Rute 1: 16 e 17).

Deus operou de maneira misericordiosa e essas fiéis mulheres foram honradas com o privilégio de participar da genealogia do Salvador da Humanidade.

sábado, 17 de maio de 2014

UMA BÊNÇÃO PARA RUTE

Em 17/05/2014

"O SENHOR retribua o teu feito; e te seja concedido pleno galardão da parte do SENHOR Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar." (Rute 2:12)

A história de Rute contada fora do contexto do Plano da Redenção daria um lindo romance, mas considerada naquele contexto, ela se reveste de importância histórica e espiritual.

Rute era moabita, casada com Malon, filho de Noemi.

Noemi tinha ido para as terras de Moabe, devido a um período de seca e fome nas terras de Israel. Lá morreram seu marido (Elimeleque) e seus dois filhos (Malon e Quilion), sem deixar descendente. Então, informada da melhoria das condições de sobrevivência em sua terra, Noemi se decide a retornar a Israel.

Ao partir, Noemi insiste com suas noras que fiquem e se casem novamente com rapazes de Moabe, mas Rute preferiu acompanhar a sua sogra, pois agora que conhecia o Deus verdadeiro, não queria permanecer no meio do seu povo, que era idólatra.

Fonte: http://2.bp.blogspot.com

Chegaram em Belém de Judá na época da colheita da cevada.

Rute saiu para os campos para pegar a parte que os segadores deixavam cair no chão. Havia uma lei em Israel que permitia que os pobres assim fizessem, para garantir o seu sustento.

Quando ela estava catando o que caía, chegou o proprietário e perguntou aos trabalhadores quem era aquela moça e eles esclareceram. Coincidência ou Providência Divina? Boaz, o proprietário daquelas terras era parente de Elimeleque, portanto, um dos remidores.

Aqui cabe lembrar outras leis sócio-econômicas de Israel: quando uma pessoa por necessidade vendia sua terra, passados 7 anos, ele poderia comprá-la de volta. Depois de 50 anos, a resgataria automaticamente. Também quando um homem morria sem deixar descendente, o primeiro na linha sucessória devia se unir à viúva, de modo a suscitar descendente ao falecido.

Bem, Boaz então conversa com os trabalhadores para que deixem cair mais para beneficiar a ela e sua sogra. Também a orienta para ficar só em seus campos, para evitar que fosse molestada.

Foi nesta hora que ele disse a ela o verso escolhido para hoje, verso este que encerra uma bênção para Rute, diante da qual ela se curva e agradece comovida.

Importa destacar aqui como sempre esteve nos planos divinos a valorização daqueles que O buscam de todo o coração,  independente de sua origem, raça, cor, classe social e econômica ou qualquer outro elemento discriminatório.

Na próxima mensagem veremos um pouco mais da história desta estrangeira e como ela se integra ao Plano da Redenção.

























domingo, 23 de março de 2014

NINGUÉM VOS ENGANE

Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo". (Colossenses 2:8)

Parece que a capacidade de alguém arrastar consigo outras pessoas e dominá-las já era preocupante na Igreja Primitiva fundada por Jesus e Seus discípulos, porque no verso escolhido para nossa meditação de hoje, Paulo adverte aos Colossenses sobre esta possibilidade.

Fonte: https://encrypted-tbn1.gstatic.com

Aliás, esta é uma das táticas utilizadas pelo inimigo das nossas almas. Foi assim que Satanás, encarnado na serpente, que era um dos animais mais bonitos da Terra, conseguiu convencer a Eva de pegar e comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, que Deus dissera a ela e a Adão que nem tocassem, senão morreriam.

Satanás, por sua vez, disse à Eva que a árvore era boa para dar entendimento e que não morreriam.

De fato, eles não morreram imediatamente, mas a partir daquele momento, eles já se tornaram suscetíveis à morte. Até a natureza começou a sofrer danos.

Com a entrada do pecado na Terra, o ser humano passa a depender de um Salvador para resgatar o direito à vida eterna. A cada descendente de Adão e Eva que nascia, acendia-lhes a esperança de que aquele seria o Salvador, que Deus lhes prometera após a queda. Mas logo começaram a sofrer as consequências da transgressão da ordem divina, principalmente quando o filho Caim mata seu irmão Abel.

Voltando à questão do engano, a julgar pelo mundo em que vivemos hoje, Satanás tem conseguido muitos adeptos à sua tática, porque até nos meios religiosos, a falsidade e o engano se fazem presentes.

No verso de hoje, Paulo nos orienta exatamente sobre o engano espiritual, através do qual podemos nos tornar presas de alguém, de uma denominação, de uma igreja, enfim, de um sistema que se baseie em ideias humanas, adulterando a Verdade genuína das Escrituras Sagradas.

Alguns apresentam alegações fundadas em sua própria autoridade, em seu poder, em suas interpretações pessoais, ao invés de nos ensinos de Jesus e na Sua Palavra. Fica muito chique apresentar argumentos de homens famosos, como certos filósofos, teólogos proeminentes, que, muitas vezes, não estão seguindo a vontade de Deus em Sua Lei, que é a expressão do Seu caráter.

Desta forma, historicamente muitas mudanças têm sido processadas e multidões levadas a práticas que contrariam a Verdade. Alguns exemplos:

- Divórcio: a Bíblia o admite, mas a contração de novo casamento só no caso de infidelidade conjugal e somente para o cônjuge que foi traído. Mesmo assim, a opção mais desejável é a do perdão e reconciliação. Não estou falando aqui juridicamente; a lei brasileira abre um leque muito maior de possibilidades e considera como solteiro os divorciados, podendo eles contrair novo matrimônio e isto repetidas vezes.

- União de homossexuais: a Bíblia não a admite. Juridicamente já tem valor legal o contrato de união estável entre pessoas do mesmo sexo, com todos os direitos dela decorrentes, como por exemplo, adoção de filhos, partilha de bens, em caso de separação etc.

- Dia de adoração, descanso e guarda: pela Bíblia, é o sétimo dia da semana, o sábado, mas muitas denominações consideram o domingo, embora o utilizem como um dia comum e não como um dia separado por e para Deus e descanso do homem.

- Produção e culto de imagens: Deus nos proibiu de  fazer imagens e muito mais de adorá-las, mas esta prática é adotada em larga escala. Jesus deixou claro ser Ele o único intercessor entre Deus e os homens; no entanto, cria-se uma série de intercessores, baseando-se em histórias humanas e processos religiosos de beatificação.

Finalmente, muita gente sincera tem sido levada por sistemas divergentes da vontade explícita de Deus, deixada para nossa guia e prática nas Escrituras Sagradas. Alguns se apegam a tais sistemas por tradição, costumes, comodismo, interesses pessoais e materiais, não quererem contrariar os pais, os filhos etc, perpetuando infinitamente o engano, mesmo diante do risco de comprometer a própria salvação e a de seus familiares.

Jesus já havia alertado: “Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna e são elas que de mim testificam”.

Ainda que alguém "conhecedor" da Palavra de Deus o tenha decepcionado por algum motivo, busque por si mesmo o verdadeiro conhecimento, estude a Bíblia; peça, por meio da oração, a iluminação do Espírito Santo e verá como a luz da Verdade vai brilhar em sua mente.




















quinta-feira, 6 de março de 2014

JÓ SANTIFICA SEUS FILHOS


"E iam seus filhos à casa uns dos outros e faziam banquetes cada um por sua vez; e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles. Sucedia, pois, que, decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Talvez pecaram meus filhos, e amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim fazia Jó continuamente". (Jó 1: 4 e 5).


Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images

Considerando o pós Carnaval, acredito ser adequado este texto do livro de Jó.

Se voltarmos ao início do capítulo, veremos que Jó era homem íntegro, reto, temente a Deus e se desviava do mal. Ele tinha muitos filhos, que se reuniam para festas.

Acho interessante a atitude de Jó, buscando a santificação de seus filhos, após as suas festividades, tendo em vista que poderiam ter ofendido a Deus de alguma forma, durante as mesmas. 

Embora a condenação e pena não passem da pessoa do culpado (e isto é válido tanto na Bíblia quanto na lei brasileira), a intercessão é um princípio bíblico, que pode alterar radicalmente uma situação.

Vale esclarecer que o princípio geral da primeira parte da assertiva anterior se refere às relações humanas, pois na verdade, Jesus pode nos libertar da condenação e pena da morte eterna, desde que O aceitemos como nosso Salvador pessoal. Um pai ou uma mãe não podem dar a sua vida pela salvação eterna de seu filho, mas pode conduzí-lo aos braços de Jesus; em certas circunstâncias, só lhes restam o recurso da oração intercessória, que, conforme Tiago, "pode muito em seus efeitos". Pais cristãos jamais desistem de seus filhos, por mais distantes que estejam dos pés da cruz de Cristo.

Carnaval significa literalmente "festa da carne". Embora este seja o objetivo de muitos, há muita gente sincera e honesta, que faz do Carnaval momentos de descontração e alegria, sem nenhuma intenção pecaminosa, diria até de alguns bem intencionados. Alguns sambas-enredos por exemplo, possuem letras edificantes, poéticas, educativas etc. Para uma boa parte da população, o Carnaval se traduz numa manifestação artística e cultural.

Mas então, porque os cristãos devem evitar tais festividades?

Porque nelas ocorre a mistura do bem com o mal, do sacro com o profano, da Verdade com o engano...

Grande parte dos participantes aproveita os bailes ou desfiles de Carnaval para dar vazão aos instintos inferiores da natureza humana pecaminosa, natureza esta presente em todos nós. Cabe a cada um aprender a dominá-la, naturalmente com o poder do Espírito Santo, que deve ser buscado por meio da Palavra de Deus e da oração; isto faz parte do processo de santificação.

Os meus parentes e amigos mais antigos sabem que já "brinquei" muitos carnavais na minha infância e juventude; a família inteira participava das matinês e/ou dos bailes noturnos. Entretanto, após a experiência da conversão, de ter sido alcançada pelo Evangelho de Jesus Cristo, nosso Redentor, passei a ver o Carnaval como uma festa que tende a nos afastar da comunhão com Deus.

Vemos a cada dia o crescimento da malignidade do homem, da predominância da violência, da dificuldade de entendimento entre as pessoas, as nações se degladiando. Vi ontem num jornal da TV a estatística do crescimento de homicídios neste Carnaval (só no Ceará foram 21). Aqui no ES também houve vários, em especial, crimes passionais, seguidos de suicídio, alguns na Terceira Ponte, bem perto de mim.

Estamos cada dia mais próximos do final dos tempos, quando o "amor se esfriaria de quase todos", segundo a Bíblia. Isto já é uma dura realidade.















segunda-feira, 3 de março de 2014

CONHEÇO-TE PELO TEU NOME

“...Conheço-te pelo teu nome; também achaste graça aos meus olhos”.  (Êxodo 33:12)

Que privilégio e grande honra para Moisés ouvir diretamente de Deus a frase acima. Deus disse e repetiu, conforme versículo 17.

Moisés havia sido escolhido por Deus para a difícil missão de retirar o povo hebreu que estava cativo no Egito e conduzí-lo à Terra  Prometida. No auge de sua juventude, Moisés demonstrara um gênio impetuoso e uma ousadia perigosa, agindo com suas próprias forças para fazer justiça ao seu povo e acabou tendo de fugir do Egito.

Deus permitiu que ele passasse 40 anos de sua vida na Terra de Midiã, onde se casou e trabalhou para seu sogro, cuidando do rebanho de ovelhas. Neste labor, desenvolveu a paciência e a mansidão, tornando-se apto ao encargo que receberia de Deus.

O interessante é que, embora não tenhamos recebido de Deus uma missão tão arrojada como a que foi por Ele designada a Moisés, cada um de nós também é conhecido pelo nome e acha graça diante dos olhos do Senhor. Que maravilha! Ele olha de cima com especial interesse para cada uma de Suas criaturas, conhece-nos desde o ventre materno; antes que os nossos pensamentos sejam convertidos em palavras, Ele já os conhece todos; sabe dos fios de cabelo que possuímos e que caem de nossas cabeças; enfim, tudo o que a nós concerne Ele domina. Ele é um Pai zeloso em prover o melhor para Seus filhos.

Tal como Moisés, nós achamos graça diante dos olhos de Deus. Isto é confortador e animador; assim, encontramos força e incentivo para seguir adiante em nossa luta.

Ainda que haja dificuldades, podemos confiar na graça de Deus, podemos confiar que Ele irá à frente, abrindo caminhos e portas.

Compete a nós ouvir as Suas orientações, obedecer aos Seus mandamentos, seguir na direção que Ele nos aponta. O problema é que, muitas vezes, nós queremos seguir um caminho projetado por nós mesmos, ignorando as pegadas que Ele deixou para nós. Neste caso, fatalmente, vamos chegar a um porto inseguro, além de provavelmente nos deparar com muitas pedras pelo caminho, talvez tempestades, até tsunamis de problemas.

Não estou dizendo que seguindo os passos dEle tudo será um mar de rosas; teremos também dificuldades, problemas e provações, mas Ele nos dará condições de enfrentá-los de cabeça erguida.  

De acordo com a Bíblia, Moisés enfrentou uma série de dificuldades na condução do povo hebreu à Terra Prometida, mas sempre buscava orientação de Deus para resolvê-las. Por sua intercessão comprometida e amorosa, muitas vezes obteve o perdão divino para as reiteradas desobediências do povo que conduzia.

Moisés também vacilou num momento em que devia testemunhar de Deus, Que imputou-lhe a pena de não entrar na Terra Prometida; permitiu-lhe apenas avistá-la do alto de um monte. 

Moisés passou pela morte, mas Deus o ressuscitou e o levou para o céu.

Quando Jesus estava prestes a ser entregue para enfrentar a cruz, Moisés foi enviado do céu para consolá-Lo, em Sua agonia (Mateus 17:3).

Fonte: http://www.pime.org.br

Vemos assim que a graça de Deus foi suficiente para conceder a Moisés o perdão e o direito à vida eterna. A mesma graça também nos é destinada.  



terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O ALIMENTO ESPIRITUAL


 “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.” (Hebreus 5:14)

A carta aos Hebreus encerra grande profundidade teológica no que concerne ao desempenho da missão de Jesus no Plano da Redenção, envolvendo a Antiga e a Nova Aliança, o serviço do Santuário Terrestre em comparação com o Celeste, o papel do sacerdócio em ambos e a nomeação de Jesus por Deus como sumo sacerdote, após Sua ascensão, o crescimento na fé e os deveres cristãos.

Considerando todo este conteúdo, o versículo escolhido para hoje se acha no contexto de uma advertência aos Hebreus, feita pelo autor da carta (provavelmente Paulo), porque eles haviam relaxado no crescimento espiritual e avanço doutrinário, necessitando de novo ensino dos “princípios elementares dos oráculos de Deus”, quando já poderiam ser “mestres” no assunto.

Ele faz uma analogia entre o leite e o alimento sólido, que devem ser dados para as crianças e para os adultos, respectivamente, aplicando-a ao desenvolvimento espiritual dos Hebreus, que estavam se comportando como crianças.

Fonte: http://www.pinhaoonline.com.br

Em qualquer área de conhecimento, quando deixamos de praticar, de exercitar, parece que as nossas faculdades mentais se atrofiam e esquecemos até as coisas básicas. Por exemplo, para quem trabalha com uma língua estrangeira, quando passa muito tempo sem praticar, esquece grande parte do vocabulário; na área jurídica, esquece os termos e se desatualiza com a evolução das leis; na Matemática, além de esquecer o conteúdo em si, perde capacidade e rapidez de raciocínio.

Bem, no desenvolvimento espiritual não é diferente. Normalmente, quando uma pessoa é evangelizada, os obreiros e irmãos lhe ensinam as doutrinas bíblicas fundamentais, ou seja, ela recebe o leitinho como criança, mas depois de batizada e passando a participar como membro da Igreja, às vezes, a pessoa e a Igreja se acomodam. O ideal seria que a Igreja e a própria pessoa promovessem o avanço doutrinário e a prática na fé, como dito no verso de hoje, passando a se nutrir com o alimento sólido, que lhe permitisse discernir entre o bem e o mal. 

A mulher cristã corre um grande perigo de estagnação espiritual, porque quase sempre a sua rotina doméstica é tão pesada, que parece não ter fim; aliás, não tem; se ela não “forçar a barra”, com posturas do tipo “agora é para mim”, para poder descansar, estudar um tema, pesquisar um assunto, assumir uma responsabilidade que requeira e/ou promova o próprio crescimento, porque “ninguém pode dar o que não tem”, ela se torna uma “criança espiritual” e isto não é bom para ela, nem para a sua família, nem para a Igreja. E hoje em dia, é comum as mulheres enfrentarem jornada dupla, trabalhando fora e em casa.

Um jeito bom e barato de se livrar um pouco da carga do serviço doméstico, é dividi-la com os demais membros da família; até as crianças podem contribuir com pequenas tarefas, que as façam se sentir úteis e importantes; os esposos também aprendem a gostar de preparar uma refeição e assim por diante.

Bem, o fato é que todo filho de Deus, independente de sexo, nível cultural e idade, pode e deve crescer no conhecimento e na graça de Jesus.  


  

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

SALVAÇÃO NO SENHOR


“Não confio no meu arco, e não é a minha espada que me salva.[...] Em Deus, nos temos gloriado continuamente e para sempre louvaremos o teu nome.” (Salmos 44:6 e 8)

O Salmo 44 foi composto pelos filhos de Corá e consiste num apelo a Deus para que liberte o Seu povo da opressão de nações vizinhas, baseando-se em Seus feitos operados no passado, em especial, no período do Êxodo e posse da Terra Prometida e também na aliança firmada com o povo.

Os versos escolhidos demonstram que o povo de Deus não confiava na sua própria competência; no caso presente, o salmista utiliza uma figura de estilo em que se toma a parte pelo todo, qual seja, os instrumentos de guerra da época, o arco e a espada, em lugar do seu poder bélico.

Fonte: http://gguerras.files.wordpress.com

Eles tinham perfeita consciência de que o arco e a espada não os salvariam, não lhes garantiriam a vitória nas batalhas, se o Senhor não fosse à frente, guiando e liderando. Naturalmente que eles tinham de fazer a parte que lhes competia e assim se empenhavam, enfrentavam e lutavam, mas sempre confiados no poder divino.

E nós, como temos enfrentado nossas batalhas?

Dia após dia, enfrentamos batalhas pessoais contra diversas coisas, como por exemplo, desemprego, dificuldades financeiras, vícios e/ou hábitos nocivos como drogas, fumo, álcool, alimentos prejudiciais à nossa saúde, jogos, sexo, preguiça, acomodação, uso excessivo de TV e internet, apego a bens materiais e lutas espirituais contra diversas transgressões aos mandamentos de Deus.

Estamos confiando em nossos próprios esforços nessas lutas ou temos buscado a Deus?

Como está a nossa relação com nosso Deus? Estamos deixando-O lutar as nossas batalhas pessoais? Ou confiando apenas na força dos nossos braços?

Como está a nossa comunhão com Aquele que deu a vida por nós, para nos conceder vida abundante aqui e vida eterna no porvir?

Temos buscado o nosso Deus mediante o estudo da Sua palavra, da oração, do louvor, enfim, da adoração?

E a nossa relação com o nosso semelhante, temos visto nele alguém por quem Jesus deu a vida e portanto, digno também do nosso apreço, consideração, misericórdia e amor? Ou estamos vivendo uma vidinha egoísta, individualista, olhando apenas para o próprio umbigo? Não será por isto que estamos “cada um no próprio canto chorando o seu pranto”?

Saiamos à luta, não confiantes em nossos arcos e espadas, mas no nosso Deus, todo poderoso para nos salvar. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

ALMA ABATIDA


 “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.” (Salmos 42:11)

O Salmo 42 foi composto pelos filhos de Corá e consiste num monólogo, ou seja, a pessoa conversa consigo mesma, no presente caso, dirigindo-se à sua alma.

Embora o conceito bíblico de alma abranja o ser completo, corpo e espírito, em alguns textos, a palavra “alma” tem uma conotação mais espiritual, como acontece neste salmo.

Acredito que todo ser humano, em algum momento de sua vida, passe por situações retratadas no versículo escolhido para hoje, qual seja, a de sentir-se abatido, perturbado, aflito e oprimido; e, parando para pensar, não encontra uma razão objetiva para este estado emocional.

Fonte: http://data.whicdn.com/images

Quando eu era jovem, usava-se uma gíria para expressar tal estado: “na fossa”. Que coisa mais medonha, considero hoje, pois se pensarmos no sentido objetivo da palavra “fossa”, a situação se torna ainda mais deprimente, pois a fossa é um buraco fundo e escuro, para onde se canaliza todo o esgoto da casa, nos locais onde não existe rede de esgoto.

Naquela época, estudando Psicologia no curso Normal (ou Magistério), descobri que este estado emocional era tratado como “crise existencial”, muito comum na fase de transição da juventude para a idade adulta, mas que pode ocorrer também mais tarde.

Examinando o salmo como um todo, percebe-se que o salmista oscila entre “sentir-se esquecido por Deus” e “reconhecer a bondade e misericórdia de Deus sobre ele”. Estranho? Não. Típico do ser humano. Mas ele conclui apontando a solução: “esperar em Deus”.

Bem, se nós, em ocasião de dificuldades e problemas, não buscarmos a solução no Senhor, estaremos destinados cada vez mais a um buraco fundo e escuro. Mas o Senhor não quer isto para nenhum de Seus filhos; o que Ele quer é a nossa saúde física, mental e espiritual, uma vida em plenitude de alegria na Sua presença.

Na presença do Senhor, encontramos paz, mesmo em momentos de dor, aflição, perturbação, abatimento e opressão, que decorrem das lutas por uma série de motivos nesta vida.

Gosto muito do Hino 360 do Hinário Adventista: “Fixa teus olhos no Mestre”, inspirado no versículo de hoje. As estrofes falam de momentos ruins, mas o coro aponta a solução para eles:

“Fixa teus olhos no Mestre, confia no bom Salvador, fruirás na luta terrestre, maravilhas do Seu doce amor.”

domingo, 9 de fevereiro de 2014

MANJAR E FONTE ESPIRITUAIS


 “Todos comeram de um só manjar espiritual e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo.” (1 Coríntios 10:3 e 4)

Fonte: http://2.bp.blogspot.com/mana.jpg

Alguns cristãos modernos alegam que o Velho Testamento não tem mais validade para os cristãos de hoje. Infelizmente eles revelam uma visão unilateral do Evangelho, considerando que o Velho Testamento é básico para o entendimento do Novo.

O que ocorre é aqueles cristãos desprezam um sistema de sacrifícios e ofertas que era praticado no Santuário Terrestre, nos tempos do Velho Testamento, que, de fato, deixa de ter valor após a morte sacrifical de Jesus, mas que ainda tem sua importância teológica e histórica, pois aquele sistema lança luz para o entendimento do Plano da Redenção, do Velho e do Novo Concerto.

Estamos vivendo na vigência do Novo Concerto, desde que Jesus consumou a oferta de Si mesmo na cruz do Calvário. O sacrifício de animais praticado no Velho Concerto era figurativo do sacrifício que Jesus faria. Aquele sistema colocava diante dos olhos do povo de Deus, em todo o tempo, o futuro sacrifício do Messias, do Salvador que viria. Enquanto sacrificava uma ovelha, o hebreu enxergava ou “devia” enxergar Jesus, “o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo”, como o fez João Batista, quando viu Jesus.

Na verdade, durante todo aquele tempo do Velho Testamento, Jesus estava presente entre eles, como diz a mensagem de hoje. O apóstolo Paulo esclarece esta realidade nesses versos. Naturalmente, Cristo ainda não estava revestido da pele humana, o que só aconteceria por ocasião da Sua primeira vinda, quando foi concebido pelo Espírito Santo e desenvolvido no corpo da virgem Maria. Mas estava presente em espírito. Em algumas situações, se manifestava em forma de anjo, ou em semelhança humana. Desde os tempos eternos, Jesus é Deus, e portanto, onipresente. 

Na viagem do Egito para a Terra Prometida, enquanto no deserto, Ele estava presente durante o dia na nuvem que pairava sobre o acampamento e na jornada, protegendo o Seu povo do calor escaldante do deserto, bem como na coluna de fogo que ia à frente, à noite, para aquecer do frio intenso e das feras.

Eles comiam o maná, o pão do céu, que caía a cada dia, exceto aos sábados; na sexta-feira, era dado em dobro, para que tivessem o alimento no sábado, mas o verdadeiro pão que desceria do céu seria Jesus; Ele mesmo falou isto mais tarde.

Eles bebiam da fonte da água que jorrava da pedra, conforme Deus orientava a Moisés que fizesse. A pedra era também figura de Cristo.

Assim, o maná, o pão sem fermento comido na Páscoa, o cordeiro do sacrifício diário, o cordeiro pascal, aquela pedra jorrando a água que os dessedentava – todos esses eram símbolos de Jesus. Eles deveriam se lembrar sempre dessas coisas.

Como naqueles idos do Antigo Testamento, no regime do Velho Concerto, Jesus continua presente entre nós, já sob o Novo Concerto, caminhando ao nosso lado, nesta jornada rumo à Canaã Celestial. Ele não nos abandona. Nós é que, às vezes, nos esquecemos dEle e O deixamos à margem do caminho, desprezamos o pão e a água da vida, que podem garantir o galardão da vida eterna.

Podemos dizer que tanto o povo judeu, como nós hoje, muitas vezes, nos esquecemos de Jesus e do concerto feito conosco, mas o nosso coração e mente deveriam estar sempre conectados com Ele, numa vida de comunhão com Ele e podermos desfrutar da Sua companhia por toda a eternidade. Não precisamos ficar com fome nem com sede.