Escrito em 25/09/2012
“Respondeu-lhes o homem: Nisto
é de estranhar que vós não saibais donde ele é, e, contudo, me abriu os olhos.”
(João 9:30)
Fonte: www.waltermcalister.com.br |
Todo o capítulo 9 do Evangelho
de João é dedicado ao Cego de Nascença curado por Jesus. Neste episódio, Jesus, o maior revolucionário de todos
os tempos, aproveita para quebrar 3
preconceitos existentes entre o povo de Deus, a saber:
·
A doença é decorrente do
pecado:
Jesus caminhava com seus
discípulos, quando se depararam com um cego de nascença. Então, os discípulos
perguntaram a Jesus quem havia pecado, ele ou os seus pais, para que nascesse
cego. Jesus respondeu que nenhum deles, mas foi para que nele se manifestassem
as obras de Deus. Em seguida, cuspiu na terra, fez lodo com a saliva, passou
nos olhos do cego e mandou-o se lavar no tanque de Siloé; ele foi e voltou
curado para casa.
Era comum entre o povo de Deus
se acreditar que as doenças eram resultantes do pecado. Embora o pecado e os
hábitos nocivos possam facilitar o surgimento de doenças, como por exemplo, o
vício do cigarro ao câncer, o sexo desregrado às doenças sexualmente
transmissíveis, é um absurdo concluir-se que toda doença decorre de pecado.
Com este milagre Jesus quebrou
este preconceito.
·
Toda atividade no sábado é proibida:
O dia em que Jesus fez este
milagre era sábado e os judeus haviam tornado o sábado o dia do “não pode”.
Tudo era proibido no sábado e Jesus realizou vários milagres no sábado,
evidenciando que as obras realizadas em favor da libertação do ser humano da
dor e do sofrimento podem ser realizadas em qualquer dia, inclusive no sábado.
Na verdade, deixou claro que “o sábado foi feito por causa do homem e não o
homem por causa do sábado”. Não significa porém que Jesus liberou a realização
de atividades seculares rotineiras no dia de sábado; este continua sendo um dia
santo, ou seja, separado para uma comunhão especial entre a criatura e o Seu
Criador.
·
O Messias prometido seria
revelado à casta religiosa:
Deus escolheu uma família
humilde, para, através dela, enviar o Messias prometido. Jesus seria um homem
comum do povo e Sua missão de resgatar o homem do pecado e propiciar a sua
salvação deveria ser levada a cabo nesta condição. Embora fosse o Deus
encarnado, devia viver como um de nós, ser semelhante a nós, para sofrer e
entender a luta humana.
A casta religiosa do tempo de Jesus,
composta principalmente dos fariseus, embora devesse estar atenta para
reconhecer o Messias prometido, não aceitou Jesus como O Enviado.
Neste episódio da cura do cego
de nascença, houve uma grande controvérsia entre os fariseus, o cego curado e a
sua família.
O versículo de hoje demonstra
que, para o cego, era natural que os fariseus soubessem quem era Aquele que o
curara e Sua origem. Os fariseus chegam a se gabar de conhecerem Moisés, mas
não este homem que trabalha no sábado.
O próprio ex-cego revela que
só poderia se tratar de um homem de Deus, um santo e não de um pecador, para
fazer semelhante milagre.
Daí, os fariseus evidenciam
também o primeiro preconceito acima comentado, dizendo que ele era “nascido
todo em pecado” e queria ensinar para eles. E o expulsaram (vers. 34).
Os pais do cego só não foram
expulsos da sinagoga, porque quando interrogados, alegaram que não sabiam e que
interrogassem o filho, que era maior e podia responder por si mesmo.
Concluindo, muitas vezes somos
impedidos de ver as coisas com clareza; ficamos tão cegos quanto a um cego de
nascença, porque estamos com a nossa mente cheia de preconceitos.
Precisamos também da cura que
só Jesus pode realizar.
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