Escrito em 07/10/2012
“Certa mulher que, havia doze
anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar [e
que gastara com os médicos todos os seus haveres], veio por trás dele e lhe
tocou na orla da veste, e logo se lhe estancou a hemorragia.” (Lucas 8:43 e 44)
Existe uma tendência de se
transferir o sentimento relacionado a algum fato para os objetos que de certa
forma se relacionam com este fato. Não sei explicar a razão, mas já observei
isto. Seguem alguns exemplos: não permanecer na casa onde morreu uma pessoa
amada; apegar-se a um anel que foi presente do amado; não entrar no carro com o
qual se sofreu um acidente, usar determinados objetos para dar sorte...
No presente caso, a mulher
hemorrágica já gastara tudo que possuía em tratamentos, nem tinha mais
esperança de cura, quando ouviu falar de Jesus, de como Ele vinha curando muitos
enfermos. Reavivou-lhe então, a esperança de cura e foi à procura de Jesus. Encontrou-o
cercado de uma multidão.
Esta mulher pertencia a um
povo, em cuja cultura, a mulher não tinha vez, nem voz. Falar publicamente do
problema que vinha sofrendo também seria outra dificuldade, em função de tabus
predominantes. Então, ela pensou: “se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei
curada!”
Será que ela estava pensando
mesmo que a roupa de Jesus fosse santa e pudesse realizar milagres?
O que jaz em comportamentos
semelhantes?
Mateus, Marcos e Lucas relatam
o fato, todos falam do toque da veste, mas nenhum atribui a cura da mulher à
roupa de Jesus; no entanto, os três falam da reação de Jesus com ela: “A tua fé
te salvou”.
Marcos e Lucas comentam sobre a
percepção de Jesus ao toque da mulher em sua veste: “Quem me tocou? Sinto que
de mim saiu poder!”, enquanto na verdade, Ele estava sendo praticamente
imprensado por todos os lados pela multidão. No entanto, mesmo no meio daquele
tumulto, Ele sentiu um toque especial, porque não se tratava de um contato
qualquer; era um toque de fé nEle, em Seu poder restaurador.
Existe, no entanto, muita
crendice, muita superstição, muita transferência de um sentimento para coisas
meramente materiais; comportamentos estes fomentados por tradições, livros,
filmes, novelas e outros recursos envolvendo magias e fantasias, ou quem sabe,
até algum elemento estranho subjacente na mente das pessoas, que as levam a se
afastar ou a se apegar a certas coisas.
O cristão deve tomar muito
cuidado no sentido de não adotar este tipo de comportamento e saber distinguir
o que realmente provém de fé genuína no poder de Deus.
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