JESUS NO PERÍODO DAS SETENTA SEMANAS
“Mas vós, continuou ele, quem
dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do
Deus vivo.” (Mateus 16:15 e 16)
Relembrando mais uma vez o
objetivo do nosso estudo, que é dar sustentação racional à fé cristã, veremos
hoje como Jesus Se situa no cumprimento do período profético das Setentas
Semanas, revelando-Se o protagonista dos eventos, respondendo à pergunta três:
3. Como Jesus se situa no período das Setenta Semanas? Como se
demonstra que o protagonista dos eventos abordados no texto é Jesus?
Vamos tentar responder a essas
duas perguntas de forma vinculada. Voltemos ao texto de Daniel 9:
25 – “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e
para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Princípe, sete semanas e sessenta e
duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos
angustiosos.
26 – Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido
e já não estará...
27 – Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na
metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares...”.
Nessas passagens aparecem importantes
expressões como: “Ungido, príncipe, aliança (ou concerto), cessar sacrifício,
oferta de manjares”, que nos remetem a atos e fatos relativos a Jesus, valendo
destacar a “firme aliança que ele faria com muitos”.
Algumas denominações
religiosas atribuem o vers. 27 acima ao anti-Cristo, porém deixam de observar
que a Bíblia não tem um texto sequer que refira ao anti-Cristo firmando
concerto; em contrapartida, existem várias passagens mencionando o Filho de
Deus, o Ungido (em hebraico=Messias, em grego=Cristo) firmando aliança com os
seres humanos, para remissão dos pecados.
A unção de Jesus pelo Espírito Santo marca o início do
ministério público de Jesus, o que ocorreu após o Seu batismo, no ano 27 d.C., por
João Batista. Ao sair Jesus das águas do rio Jordão, onde foi batizado, o
Espírito Santo desce sobre Ele, em forma corpórea de uma pomba e a voz de Deus
é ouvida: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”, conforme relatam Mateus 3:13-17, Marcos 1:9-15, Lucas 3:21-23, João
1:31-34, Atos 10:37-38.
Importante frisar a
seguinte expressão de João Batista, quando viu Jesus vindo ao seu encontro:
“... Eis o Cordeiro de Deus, que tira
o pecado do mundo! É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que
tem a primazia, porque já existia antes de mim. Eu mesmo não o conhecia, mas, a
fim de que ele fosse manifestado a Israel, vim, por isso, batizando com água.” (João 1:29-31).
Deve-se lembrar que João
Batista veio com a missão de preparar o caminho para Jesus e o reconhecimento
dEste como o Filho de Deus foi-lhe revelado pelo Espírito Santo. Desta forma,
quando Jesus o procurou, ele tentou dissuadí-Lo, dizendo:
“Eu é preciso ser batizado por ti, e
tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos
convém cumprir toda a justiça.” (Mateus
3:14-15).
Apresentamos abaixo o
esquema do período profético das Setenta Semanas, ressaltando-se que Jesus Se
manifesta de forma pública e realiza todo o Seu ministério terrestre num curto
espaço de tempo, em torno de 3,5 anos, tempo que abrange a primeira metade da
última semana da profecia.
70
semanas (cortadas dos 2.300 anos)
|-------------------------------70 semanas----------------------------------------------|
|
Dn 9:24-27
|
|||
7 sem. ->
|
62 semanas
-------------------------------------------------------------------------------->
|
1 sem.
|
Ef 5:2
Hb 5:1; 7:27; 8:3-4;
9:9-14; 10:1-2, 5-10; 13: 8-15
Mt 26:17-30
Mc 14:1,12
Lc 22:7-23
Ex 12:1-16; 13:3-10
Lv 23: 4-8
Gl 4:10
Ef 2:11-22
|
|
69,5 semanas
|
||||
69,5 x 7 = 486,5 dias /anos
------------------------------------> 14/15 de abib
486,5 x 365,2422 = 177.690,3303 dias
177.690,3303 / 29,53059 = 6.017,1615 lunações
0,1615 x 29,53059 = 4,7692
dias
6.017 lunações = 25 ciclos [25 x 235 lun.= 5.875 lun.] + 142 lunações
|
||||
Mostra-se também que, se começarmos da hora do
sacrifício da tarde no Dia da Expiação e avançarmos 69,5 semanas (ou 486,5 dias
proféticos ou 486,5 anos solares ou 177.690,3303 dias ou 6.017,1615 lunações ou
6.017 lunações + 4,7692 dias), chegaremos exatamente à noite em que o Cordeiro
Pascal foi comido. Isto ajuda a confirmar tipológica e astronomicamente o
relacionamento entre Daniel 8:14 e Daniel 9:24-27.
Após
Seu batismo no ano 27 d.C, Jesus desenvolveu um trabalho intenso junto ao povo
judeu, durante 3,5 anos; ocupou-Se em ensinar sobre o Reino de Deus, curar os
enfermos, libertar os endemoninhados cativos de Satanás (Mateus 4:23), sempre evidenciando o Amor de Deus por Suas criaturas
e redirecionando a mente humana para a graça, que havia sido ofuscada por
tantas regras implementadas pela casta religiosa. Jesus demonstrou, por
preceito e exemplo, que é possível viver de acordo com a vontade de Deus,
obedecendo à Sua Lei, que é um transcrito do Seu caráter de amor.
Voltando
ao texto de Daniel 9, o vers.26
informa que o Ungido seria morto depois das sessenta e duas semanas. De acordo
com as informações disponíveis, conforme esquema profético acima, chega-se à
metade da última semana, à data da morte de Jesus, no ano 31 d.C., no dia 15 do
mês de Abib (Nisã), que era o 1º mês judaico e corresponde a março/abril,
justamente na época da Páscoa.
O
vers. 27 de Daniel 9 informa sobre a
aliança que seria feita por uma semana, o que abrange o período que se estende
do Batismo de Jesus até a morte de Estevão, evento este que marca o final da
última semana do período profético das Setenta Semanas. O mesmo versículo passa
a falar sobre o que ocorreria na metade da última semana da profecia das
Setenta Semanas, a saber, “cessar sacrifícios
e oferta de manjares”,
o que se dá com a morte do Ungido. Os textos mais relevantes acham-se listados
no esquema acima, alguns dos quais comentaremos a seguir:
Em Efésios 5:2 Paulo nos exorta a andar em
amor como Cristo nos amou e ”se entregou a si
mesmo por nós em oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”.
A
carta aos Hebreus contém uma riqueza de informações, estabelecendo um paralelo
entre o Ministério do Santuário Terrestre do Velho Concerto (onde funcionava um
sistema de oferta e sacrifícios) e o Ministério Sacerdotal de Cristo no
Santuário Celeste.
Fonte: http://4.bp.blogspot.com |
Hebreus
enfatiza que o Santuário Celeste é superior ao Terrestre e que este era uma
figura e sombra daquele (uma imitação); que os sacrifícios realizados
diariamente, ano após ano, no Terrestre, com o sangue de animais, não podiam
aperfeiçoar os ofertantes, enquanto o sacrifício de Jesus, realizado uma única
vez, tem validade definitiva para a justificação daqueles que O aceitam. Com o
Seu sacrifício, o véu do Santuário Terrestre rasgou de alto a baixo (Mateus 27:50-51), evidenciando que o
sistema antigo, que era figurativo, terminara; pois aquilo que o terrestre
simbolizava tornara-se realidade com o sacrifício expiatório de Jesus. Como
exemplo transcrevemos Hebreus 9:9-10:
“É isto uma parábola para a época presente; e, segundo
esta, se oferecem tanto dons como sacrifícios, embora estes, no tocante à
consciência, sejam ineficazes para aperfeiçoar aquele que presta culto, os
quais não passam de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, e
bebidas, e diversas abluções, impostas até ao tempo da reforma.”
Após
Sua ressurreição, e, com a aceitação por Deus do sacrifício a favor do homem,
Jesus volta à Terra, onde convive com os discípulos por 40 dias (Atos 1:3). Já após a Sua ascensão, no
50º dia, ou seja, no Pentecostes (Atos 2:1),
Jesus assume a posição de Sumo Sacerdote, é entronizado, assenta-Se à direita
de Deus Pai e passa a ministrar no Santuário Celeste (Atos 2:32-36), concretizando o que foi dito em Daniel 9:24 sobre a unção do Santo dos Santos. Ainda de Hebreus
9, transcrevemos:
11 - “Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote
dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito
por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de
bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas,
tendo obtido eterna redenção.
15 – Por isso mesmo, ele é o mediador da nova aliança,
a fim de que, intervindo a morte para remissão das trangressões que havia sob a
primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido
chamados.”
Considerando
então toda a abundância de textos bíblicos que evidenciam que Jesus, cujo nome
significa “Salvador”, é de fato o Ungido, o Messias prometido, cremos que o
protagonista do texto de Daniel 9:24-27
é o próprio Jesus.
É
muito confortador saber que Deus, apesar de todo poderoso, nos ama com amor
eterno; por isto, nos comunicou, através do profeta Daniel, esta mensagem de
esperança, concretizada pela pessoa de Jesus.
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